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A Nasa, a agência espacial norte-americana, reuniu nesta quarta-feira (31) um grupo de especialistas para discutir publicamente pela primeira vez o estudo que investiga as origens de “fenômenos aéreos não identificados” (UAPs, na sigla em inglês), popularmente chamados de óvnis.
Durante a apresentação dos dados, os especialistas afirmaram que analisaram mais de 800 casos de avistamentos e até o momento não chegaram a conclusões específicas – um relatório completo com o resumo das investigações ainda deve ser publicado “nas próximas semanas”.
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O principal intuito do grupo, porém, é combater o estigma em torno do assunto, que pode atrapalhar as investigações segundo explicaram os especialistas.
Um exemplo disso é o fato de que alguns pilotos se sentem relutantes em relatar tais anomalias, o que pode resultar em subnotificações, afirmou o astrofísico David Spergel, que foi presidente do departamento de astrofísica da Universidade de Princeton e lidera o esforço de pesquisa.
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O painel ainda adiantou algumas recomendações para a agência, como a formação de parcerias internacionais para construir uma “comunidade científica” robusta para revisar avistamentos do tipo, mas disse que os atuais dados ainda fornecem muitas limitações.
“Se eu puder resumir o que aprendemos até então em uma frase seria a seguinte: nós precisamos de dados de mais qualidade”, destacou Spergel.
“Discussões como essa são fundamentais para combater o estigma em torno desse tema”, acrescentou Daniel Evans, encarregado da Nasa para coordenar o estudo.
A iniciativa foi lançada no ano passado e é um novo esforço investigativo independente da agência, sem relação com a investigação baseada no Pentágono de fenômenos aéreos do tipo, documentados nos últimos anos por aviadores militares e analisados por autoridades de defesa e inteligência dos EUA.
O painel de 16 membros, reunindo especialistas de áreas que vão da física à astrobiologia, foi formado em junho de 2022 para examinar avistamentos de óvnis não classificados e outros dados coletados pelos setores governamentais e comerciais civis.
O foco da reunião desta quarta foi “realizar as deliberações finais antes que a equipe da agência publique o relatório neste verão”, disse a Nasa ao anunciar o evento.
Ainda de acordo com a agência espacial, outro mote da investigação se concentra na análise de dados já disponíveis, na avaliação de uma melhor forma de coletar dados futuros e em um cálculo de como a Nasa poderá usar essas informações para avançar a compreensão da comunidade científica sobre o tema.
“Temos acesso a uma ampla gama de observações da Terra a partir do espaço – e essa é a força vital da investigação científica. Temos as ferramentas e uma equipe que pode nos ajudar a melhorar nossa compreensão do desconhecido. Essa é a própria definição do que é ciência. Isso é o que fazemos”, disse o diretor de missões científicas da Nasa, Thomas Zurbuchen, à época do anúncio do estudo.
Sem provas de ETs
A agência ainda lembra que, atualmente, não temos evidências comprobatórias de que esses fenômenos sejam de origem extraterrestre.
Apesar disso, a Nasa considera que esses óvnis (Objetos Voadores Não Identificados) são um tema tanto de interesse de segurança nacional dos Estados Unidos quanto para a segurança aérea do país, pois um dos temores do governo americano é que esses objetos sejam na verdade de algum rival militar dos EUA, como China e Rússia.
Em 2021, o Pentágono, as forças armadas do EUA, divulgou um relatório que cita a observação de mais de 140 objetos voadores não identificados. Depois disso, em maio do mesmo ano, o congresso americano chegou a realizar uma reunião sobre o tema.
A equipe de estudo da Nasa, porém, é independente e não tem ligação com o trabalho do Pentágono.
“Dada a escassez de observações, nossa primeira tarefa é simplesmente reunir o conjunto mais robusto de dados que pudermos”, disse Spergel.
“Estaremos identificando quais dados – de civis, governo, organizações sem fins lucrativos, empresas – existem, o que mais devemos tentar coletar e como melhor analisá-los”.
A Nasa garante que todos os dados deverão ser publicados e ficarão disponíveis ao público.
“Levamos essa obrigação a sério, e os tornaremos facilmente acessíveis para qualquer pessoa ver ou estudar”, acrescentou Evans.
Fonte: G1