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Os neandertais tinham narizes grandes e protuberantes para aquecer e umedecer o ar frio e seco, sugere um estudo que será publicado nesta quarta-feira (4) sobre o formato distinto do rosto do nosso primo europeu extinto.
Usando modelos tridimensionais dos crânios dos neandertais, dos humanos modernos e do Homo heidelbergensis – considerado o ancestral comum de ambos -, uma equipe internacional de pesquisadores encontrou adaptações respiratórias distintas.
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A “dinâmica dos fluidos” computadorizada revelou que a forma dos rostos dos neandertais e dos humanos “condicionam o ar com mais eficiência” do que o do H. heidelbergensis, sugerindo que “ambos evoluíram para resistir melhor a climas frios e/ou secos”, escreveram os pesquisadores na revista científica Proceedings of the Royal Society B.
Os neandertais também podiam mover “consideravelmente mais” ar através de sua cavidade nasal do que os humanos modernos e os H. heidelbergensis – possivelmente em resposta às maiores demandas de energia de seus corpos robustos e estilo de vida de caça.
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Acredita-se que os neandertais precisavam de 4.480 calorias por dia para se manterem vivos no inverno europeu. Para um humano moderno do sexo masculino, são recomendadas 2.500 calorias diárias.
Uma ingestão altamente calórica requer mais oxigênio para queimar os açúcares, gorduras e proteínas em nossas células para produzir energia.
Os cientistas debatem há muito tempo o motivo da forma do rosto do homem de Neandertal, que inclui um nariz grande e largo e uma mandíbula superior protuberante.
Segundo uma das teorias, elas eram assim para exercer mais força de mordida.
Mas o novo estudo disse que esse não era o caso. Simulações de computador mostraram que os neandertais “não mordiam particularmente forte” em comparação com os humanos.
“Onde o homem de Neandertal realmente se destacou foi em sua capacidade de mover grandes volumes de ar através de sua passagem nasal, indicando um estilo de vida de alta energia”.
A conclusão, disse a equipe, foi “que a morfologia facial característica dos neandertais foi causada, pelo menos em parte, pela adaptação ao frio” – tanto para “condicionar” o ar frio e seco, quanto para absorver mais oxigênio.
Os neandertais surgiram na Europa, na Ásia Central e no Oriente Médio há cerca de 200 mil anos. Eles desapareceram há cerca de 30.000 anos – coincidindo com a chegada dos humanos modernos da África.
Os dois grupos brevemente se sobrepuseram e cruzaram, e hoje pessoas não africanas carregam cerca de 1,5-2,1% do DNA de Neandertal.
Por muito tempo retratados como brutamontes, estudos recentes começaram a pintar uma outra imagem dos neandertais, como seres sofisticados que faziam arte, cuidavam de seus idosos, enterravam seus mortos e podem ter sido os primeiros joalheiros – embora eles provavelmente também fossem canibais.
Fonte: Yahoo!