23 de setembro, 2024

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‘Não vou desistir’, diz universitária hostilizada por ter mais de 40 anos

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A estudante que foi alvo de deboche de três colegas de turma de uma universidade particular de Bauru (SP) pelo fato ter mais de 40 anos de idade afirmou que não vai desistir de cursar biomedicina.

Ao g1, Patrícia Linares, que completa 45 anos nesta terça-feira (14), contou que adiou o sonho de estudar por muito tempo, mas agora, finalmente conseguiu realizá-lo.

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Patrícia iniciou os estudos na instituição Unisagrado em 27 de fevereiro e está no primeiro ano. Na última sexta-feira (10), uma publicação no Twitter, com mais de sete milhões de visualizações, mostrou três universitárias debochando dela pelo fato de ela ter “40 anos”.

O vídeo viralizou e gerou indignação pelo etarismo contido nas falas das jovens estudantes. Em determinado momento, uma das meninas chega a dizer que Patrícia deveria “estar aposentada”.

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Patrícia revelou que viu o vídeo pouco antes da apresentação de um trabalho e ficou muito abalada.

“Uma colega veio me dizer que fizeram um vídeo caçoando da minha idade, e aí ela me mostrou o vídeo. Como eu estava com muito medo do trabalho, até porque é algo novo para mim, eu comecei a chorar”, relembra.

Universitárias debocham de colega de 40 anos — Foto: Reprodução

Universitárias debocham de colega de 40 anos — Foto: Reprodução

A tristeza inicial, no entanto, logo foi substituída pela rede de apoio encontrada após a repercussão do caso. Na sexta-feira, colegas de curso encontraram Patrícia e se mostraram revoltados com a demonstração de preconceito contra ela. O grupo prestou solidariedade e entregou cartas, flores e chocolates.

Patrícia contou que a ideia de retomar os estudos veio em meio um momento complicado durante a pandemia de coronavírus. “Tive uma loja por quase 11 anos. Fui muito feliz. Mas a pandemia me fez fechar. Fui pra casa e fiquei pensando o que eu poderia fazer pra mudar minha história”, relembra.

Quase três décadas após ter terminado o Ensino Médio, ela decidiu buscar uma vaga na faculdade e teve apoio dos familiares.

“O meu esposo me disse: ‘se você tem o desejo de estudar, a gente vai fazer o possível pra você estudar, pra ter uma nova profissão’. Fechar a loja me abalou demais. Então eu tinha que vivenciar outras coisas. Todo mundo se reuniu pra me ajudar e comecei esse ano a graduação.”

A escolha por biomedicina foi influenciada pela antiga profissão da mãe: enfermeira. “Tinha que ser na área da saúde. Minha mãe foi enfermeira durante muitos anos e vivi muito dentro de hospitais. Mas a vida leva a gente por outros caminhos. E devido a isso eu não consegui fazer uma graduação”, relata.

Estudante hostilizada por ter mais de 40 anos cursa biomedicina em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Estudante hostilizada por ter mais de 40 anos cursa biomedicina em Bauru (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Fonte: G1

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