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A polícia metropolitana de Londres, no Reino Unido, busca quatro suspeitos que tenham participado de um ataque homofóbico a duas jovens em um ônibus por volta das 2h30 do último dia 30. A comissária de bordo Melania Geymonat, de 28 anos, contou que um grupo de homens exigiu que ela beijasse sua namorada, identificada apenas como Chris, antes de desferir golpes nos rostos de ambas e de lhes roubar um celular e uma bolsa. De acordo com a polícia, as vítimas foram levadas a um hospital para tratar das lesões faciais.
As namoradas, de nacionalidades uruguaia e americana, estavam voltando de uma noitada na área de West Hampstead, na capital inglesa, na noite do crime. Segundo Melania, as ofensas começaram pouco depois que elas ocuparam seus lugares no segundo andar do ônibus. Os agressores iniciaram o ataque mandando que elas se beijassem, enquanto jogavam moedas na direção do casal e fazendo gestos ofensivos.
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“Pegamos o ônibus noturno e ficamos no andar de cima, num lugar na frente, indo para a casa dela em Camden Town. Não me lembro de todos os momentos, não sei se foi por causa do choque ou porque fiquei inconsciente, não sei precisar. Numa hora devemos ter nos beijado ou nos abraçado, já que os homens que estavam ali ou entraram depois de nós (não sei) se aproximaram e nos cercaram, pedindo que nos beijássemos para o proveito deles, nos chamando de lésbicas e imitando posições sexuais e outras coisas que não lembro, fazendo gestos com as mãos enquanto se divertiam nos dizendo “tesouras”. Como se fôssemos um espetáculo e eles o público a entreter”, relatou Melania em um post de rede social.
A vítima contou ainda que no andar de cima do veículo havia apenas elas e os agressores que, segundo ela, eram pelo menos quatro jovens.
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“Eu, numa tentativa de aliviar o clima, comecei a fazer ‘piadas'”, contou. “Realmente pensei que podia contornar a situação que se tornaria um dos desagradáveis momentos que NORMALMENTE devemos suportar como MULHERES E COMO HOMOSSEXUAIS, e que eles se acalmariam. Chris agiu como se estivesse passando mal, então eles pararíam de falar conosco. Mas eles continuaram nos assediando. Atiraram moedas na gente, cada vez mais entusiasmados. A próxima coisa que sei é que, no meio do ônibus, Chris estava lutando com três deles e imediatamente fui até ela. A vi coberta de sangue e de alguma forma entendi a gravidade e comecei a tentar tirá-la de lá: o próximo que sei é que golpearam meu nariz e vi apenas meu sangue. Não sei se perdi consciência. A próxima coisa que lembro foi ter deixado sujo de sangue o ônibus, que já estava parado com a polícia pegando informações. Isso porque também fomos roubadas”.
Nesta sexta-feira, o prefeito Sadiq Khan replicou um comunicado da polícia, divulgado pouco antes, pedindo apoio de testemunhas nas investigações. Para ele, o que aconteceu com as mulheres foi algo “repugnante” e “misógino”. O caso também gerou revolta entre internautas, que compartilharam a história com mensagens de apoio às jovens.
“Crimes de ódio contra pessoas LGBT+ não serão tolerados em Londres”, afirmou Khan.
Fonte: Extra