16 de novembro, 2024

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Namorada de brasileiro planejou ataque a Cristina Kirchner

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A Justiça encontrou mensagens no celular de Brenda Uliarte em que ela admite ter organizado o atentado contra a vice-presidente argentina Cristina Kirchner, no dia 1º de setembro, de acordo com informações do jornal La Nación. O jornal conversou com fontes que têm acesso ao caso e que viram a troca de mensagens entre Uliarte, que dizia querer ser a “libertadora da Argentina”, e sua amiga Agustina Díaz, também detida desde segunda-feira.

Há dezenas de trechos em que Uliarte afirma a Díaz que enviou “um cara para matar” — referindo-se ao namorado, o brasileiro Fernando Sabag Montiel — a vice-presidente, a quem ela chama de “cadela velha”.

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Em uma dessas trocas de mensagens, anteriores ao atentado, Uliarte declara estar preocupada com os seguranças da vice-presidente, embora afirme estar disposta a prosseguir com o plano de assassiná-la. “Estou montando um grupo para ir com tochas, bombas, armas e tudo. Serei a libertadora da Argentina. Eu estava praticando tiro, eu sei como usar uma arma”, escreve.

As duas também se comunicaram um dia após o atentado: “O que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou a adrenalina do momento falhou? Onde está você? Não seria conveniente para você ir para casa?”, pergunta Díaz. “Você tem que se livrar do celular. E mude o número. Exclua sua conta, tudo”, continuou.

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Vários trechos dessa conversa não puderam ser recuperados pois as mensagens foram apagadas antes do celular ser apreendido.

Uliarte e Díaz se conheceram enquanto cursavam o ensino médio em uma escola em San Miguel, na capital. Díaz, de 21 anos, foi presa após investigadores acessarem as mensagens no celular de Uliarte. A detida está listada no celular da amiga como “amor da minha vida”. Ela teria ainda a ajudado Uliarte a ocultar sua participação no crime.

'Mandei matar Cristina': Justiça encontra mensagens que mostram que namorada de brasileiro planejou atentado
Já loira, Brenda Uliarte é presa pela Polícia Federal da Argentina (Foto: Reprodução/Redes sociais)

“Mandei matar Cristina”

Outra conversa divulgada pelo jornal ocorreu no dia 27 de agosto, quando foram relatados incidentes na casa de Cristina Kirchner entre manifestantes pró-governo e a polícia. Segundo a investigação, o casal teria planejado cometer o magnicídio nesse dia, mas o plano teve de ser abortado.

Na ocasião, câmeras de segurança mostram o brasileiro nos arredores do prédio de Cristina, ponto de encontro para os kirchneristas que ficou ainda mais movimentado após o Ministério Público pedir 12 anos de prisão para a vice, em 22 de agosto.

Após a tentativa frustrada, Uliarte, então, escreveu para a amiga, revoltada com os manifestantes na Praça de Maio, em Buenos Aires: “Eles falam e não fazem nada. Eu irei fazer. (…) A filha da puta entrou antes de darem um tiro nela”.

Díaz pergunta: “O que aconteceu? O que eu perdi?”.

Uliarte responde: “Mandei matar Cristina. Não deu certo porque ela entrou. Eu juro que senti raiva”.

Díaz então questiona quanto cobraram para atirar na vice-presidente e Uliarte responde: “Não me cobrou porque também está muito animada com o que está acontecendo. Eu juro que essa eu vou matar. Estou exausta que ela roube e fique impune”.

Nesse momento, Díaz alerta para as consequências de um atentado: “Você percebe a confusão em que vai se meter, certo? Eles vão te procurar em todos os lugares se descobrirem que você é cúmplice da morte da vice-presidente”.

Em resposta, Uliarte justifica que foi por esse motivo que mandou alguém assassiná-la em seu lugar. “Se acontecer, vou para outro país e até mudo de identidade. Eu tenho isso bem pensado”, acrescentou.

Díaz insiste que a amiga será procurada pela polícia, e ela responde: “Tenho algum dinheiro, conhecidos. Vou embora, mas primeiro quero fazer algo pelo país”.

Uliarte está detida desde o dia 4 de setembro, suspeita de ter participado do plano para matar a vice-presidente juntamente com Sabag Montiel, seu namorado, que deu dois tiros à queima-roupa contra Cristina — embora a arma tenha falhado.

O brasileiro, que tem mãe argentina e mora no país desde criança, foi preso em flagrante, nos segundos após seus disparos fracassados contra Kirchner. Uliarte foi detida três dias depois e negava até o início da semana passada qualquer envolvimento com o incidente — dizia que apenas acompanhava o namorado e que o ataque era uma “aberração”.

As acusações de tentativa de assassinato contra Uliarte e o namorado foram formalmente confirmadas no dia 8, com a Justiça afirmando que o casal teria atuado “de forma planejada e de comum acordo”. Desde então, a Justiça tem 10 dias úteis para resolver a situação processual de ambos.

Fonte: Yahoo!

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