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Um morador decidiu usar a onda do “10yearschallege” – Desafio dos 10 anos, em português – para protestar contra uma obra inacabada em São Manuel (SP). O analista de sistemas Filipe Ricardo, de 31 anos, postou em sua rede social uma foto comparando a obra que fica na entrada da cidade em 2009 e agora em 2019.
“Demoliram uma obra parada ao invés de concluí-la para construir outra obra parada”, escreveu o morador na rede social.
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Ao G1, Felipe explicou que em 2009 já havia uma obra em andamento no local onde funcionaria a nova rodoviária da cidade, mas, em 2014, o prédio não terminado foi destruído para começar uma nova obra.
Morador de São Manuel usa ‘desafio dos 10 anos’ em protesto contra obra inacabada
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O problema é que a construção do prédio, onde funcionaria um Centro Integrado de Educação, ainda não foi concluído.
“É a segunda obra no local. A primeira seria uma rodoviária, mas ficou anos parada e depois foi demolida e outra obra começou a ser construída no local, porém também está parada. É um elefante branco, não tem um propósito”, conta Filipe ao G1.
Em nota, a prefeitura informou que foi iniciada a construção do prédio, onde vai funcionar a Diretoria de Educação, pela administração anterior, em 2017, e a obra será retomada pela atual administração, com previsão de entrega em dezembro de 2019. Também informou que o projeto para as obras futuras está concluído e será enviado ao setor de licitação nos próximos dias.
Referente à demolição, a prefeitura explicou que na primeira obra foram investidos cerca de R$ 500 mil e a administração anterior resolveu demolir todo o prédio, ainda em construção, para iniciar as obras do Centro Integrado de Educação, onde seria investido R$ 4,7 milhões.
Filipe explica que há 10 anos trabalha em Botucatu, cidade vizinha de São Manuel, e passar pela obra é rotina.
“Todo dia eu vejo essa obra e não me conformo. Eu acompanho a obra e a cada tempo vai ficando mais caro. É triste, é um dinheiro, que poderia ser usado para população, jogado no lixo. Quanto mais tempo ela fica parada, mais dinheiro vai ser gasto”, lamenta.
Nem a placa, com informações sobre a obra, resistiu a ação do tempo. Os moradores contam que o local era usado para diversão, mas depois que a prefeitura ocupou a área, não entregou a obra e de quebra acabou com o lazer dos moradores.
“Aqui era bonito, arborizado, que tinha parquinho para as crianças brincarem e agora ficou essa obra abandonada e tudo mais”, conta o motorista Luís Carlos Sartorelli.
O projetista Willian Henrique Batista diz que a obra só traz prejuízos para os moradores. “Antes tinha eucalipto, diversão para as crianças, mas agora quando venta enche de terra as casas. Tem morador de rua morando aqui”, reclama.
Mais obras paradas
Além da obra do Centro Integrado de Educação, as obras de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o distrito industrial também estão paradas, segundo o morador. “Seria bom o distrito para cidade porque falta emprego e a UPA é um serviço para a população”, diz Filipe.
A UPA 24h já era para estar funcionando, mas o prédio está abandonado e com muito lixo espalhado pelo local.
A construção foi iniciada em 2016 e também não foi terminada, assim como uma creche no bairro Cohab 2.
O local que seria utilizado para atender as crianças do bairro em tempo integral, só serve para juntar mato e funcionar como ponto de drogas, segundo os moradores.
O atual prefeito Ricardo Salaro Neto diz que todos esses problemas foram herdados de gestões passadas, mas que a prefeitura já tem os recursos necessários para concluir as obras.
“Todas as três obras serão concluídas. A obra da creche já está na licitação. A expectativa é que termine em dezembro de 2019. O prédio que seria UPA nós fizemos o pedido para fazer uma clínica de especialidades. Nossa ideia é que a gente entregue em setembro ou outubro”, explica o prefeito.
O G1 e a TV TEM tentou contato com os ex-prefeitos Flávio Silva, que era prefeito quando começou a obra da nova rodoviária, e Marcos Monti, que estava na adminstração quando a obra foi demolida para começar a construção do Centro Integrado de Educação e também quando começou a obra da UPA. Eles não foram encontrados.