23 de dezembro, 2024

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Na mira do clima, pinguins-imperadores perderam milhares de filhotes em 2022

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Mais de 9 mil filhotes de pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) foram provavelmente mortos com o derretimento de gelo antecipado na Antártida no ano passado, em um evento que os cientistas chamaram de “falha catastrófica na reprodução”.

Um estudo, publicado quinta-feira (24) na revista Nature’s Communications Earth & Environment, usou imagens de satélite para examinar cinco locais de reprodução de pinguins na região do Mar de Bellingshausen, que fica a oeste da Península Antártica e foi a área mais afetada pelos baixos níveis de gelo marinho, que atingiram recordes do ano passado. Os pesquisadores descobriram que quatro das cinco colônias de pinguins-imperadores que estudaram foram abandonadas antes que os filhotes tivessem idade suficiente para emplumar – o que significa que era improvável que algum sobrevivesse.

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Os imperadores são as espécies de pinguins mais altas e pesadas do mundo, mas põem apenas um ovo por ano. Como dependem do gelo marinho estável que está firmemente preso à costa para se reproduzirem, são particularmente vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas. No ano passado, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA concedeu às espécies proteções federais sob a Lei de Espécies Ameaçadas.

Pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri) na Antártida Foto: Wolfgang Kaehler/LightRocket)

Esses animais geralmente põem seus ovos em maio ou junho, mas os filhotes devem permanecer no gelo até emplumarem no verão do hemisfério sul, em dezembro ou janeiro. Antes deste ponto, os pássaros jovens não têm as penas impermeáveis de que necessitam para sobreviver na água.

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Qualquer derretimento ou ruptura do gelo marinho antes disso é catastrófico, pois os filhotes “vão para a água e se afogam ou morrem congelados, mesmo que voltem”, afirmou Peter Fretwell, principal autor do estudo e oficial de informações geográficas do Pesquisa Britânica da Antártica, em comunicado. “Agora, vimos que isso aconteceu em toda a Antártida, em muitos locais”, completou.

Dos 62 locais de reprodução conhecidos do pinguim-imperador na Antártida, 19 sofreram alguma falha reprodutiva, com falha total em seis, de acordo com Fretwell. E espera-se que o impacto nos padrões de reprodução dos pinguins continue este ano, uma vez que a formação de gelo marinho só começou no final de junho – meses mais tarde do que o normal. A essa altura, “os imperadores já deveriam estar sentados sobre os ovos”, disse Fretwell.

“Portanto, é inevitável que, no Mar de Bellingshausen, praticamente não haja reprodução. Para o resto do continente, estamos à espera que o sol nasça para ver quais serão as consequências deste ano de gelo marinho extremamente baixo”, exemplificou o cientista.

Fonte: Um Só Planeta

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