26 abril, 2024

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Na Argentina, presidente do Chile pede unidade latino-americana

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez nesta segunda-feira (4) um apelo à unidade latino-americana e destacou a “profunda irmandade” que une seu país à Argentina, em uma visita de Estado a Buenos Aires, em sua primeira viagem ao exterior como mandatário.

“O Chile parte da América Latina e embora durante muito tempo tenhamos olhado para outras direções, para o norte ou para o Pacífico, em relações que nos interessa manter e aprofundar, nossa base é a América Latina. Daí vamos construir comunidade, cooperação e internacionalismo”, declarou Boric, ao afirmar que a região tem “desafios que são profundamente compartilhados”.

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“A América Latina tem que recuperar uma voz unida, uma voz de cooperação, que seja conjunta no cenário global”, enfatizou durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu anfitrião, Alberto Fernández.

Boric disse que a escolha da Argentina como o destino de sua primeira viagem internacional vai além de uma tradição chilena. “Temos uma enorme fronteira compartilhada, mas também por uma questão de trajetória pessoal, sinto uma profunda irmandade com o povo argentino. Fui criado na Patagônia. Na Patagônia não há fronteiras”, disse o presidente, nascido na cidade de Punta Arenas.

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Ao seu lado, Fernández concordou em que a cordilheira dos Andes é “uma fronteira que nos une e não que nos divide” e defendeu “a concretização do corredor bioceânico ao qual o norte argentino aspira e que permitirá unir o Chile ao Brasil”.

Presidente chileno, Gabriel Boric, e presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires (Foto: Reprodução)

“Aliados e cúmplices”

Em uma troca de elogios, os dois se declararam “sócios, aliados e cúmplices”.

“Você tem em mim um amigo para te ajudar em tudo o que estiver ao meu alcance, um aliado para a unidade latino-americana e um cúmplice para modernizar o que é preciso modernizar com critério de igualdade”, disse-lhe Fernández, 27 anos mais velho.

Os ministros assinaram uma série de acordos de cooperação em temas de gênero e diversidade, entre consulados e entre sítios dedicados a lembrar as vítimas das últimas ditaduras de Chile e Argentina.

Boric visita esta tarde o Congresso e o Palácio da Justiça e à noite será recebido em um jantar em sua homenagem, que será oferecido pelo presidente Fernández no Centro Cultural Néstor Kirchner.

Na terça, em seu último dia em Buenos Aires, Boric vai inaugurar o fórum empresarial do comitê de comércio Argentina-Chile e visitará o Museu Memória na ExEsma, o mais emblemático centro clandestino de prisão e tortura da última ditadura argentina (1976-83).

Ali se reunirá com Bucarita Roa, a única chilena integrante das Avós da Praça de Maio, grupo que busca os filhos dos desaparecidos durante a ditadura.

Em suas declarações, Boric defendeu o respeito aos direitos humanos “de forma íntegra em todos os locais do mundo, independentemente da orientação política dos governos. Não vou fazer distinção”, ressaltou.

O presidente chileno prometeu “diálogo” no conflito com o povo mapuche e descartou que as reivindicações indígenas possam pôr em questão a integridade territorial da Argentina.

As declarações de Boric ocorrem depois de sua ministra do Interior, Izkia Siches, causar comoção na Argentina por usar o termo Wallmapu, que se refere aos territórios habitados pelos mapuches nos dois lados da fronteira do Chile com a Argentina.

Devolução de obras

Boric chegou a Buenos Aires no domingo na primeira etapa privada de sua visita, na qual passeou e visitou uma livraria.

A visita de Estado foi o momento escolhido para a devolução de uma série de quadros em preto e branco do pintor argentino Ernesto Deira, chamada “Identificações”, com alusão à morte do guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara e a Guerra do Vietnã, que estavam no Chile desde 1971.

Deira morreu em 1986 em Paris, acreditando que seus quadros tinham sido destruídos como havia ordenado o ditador Augusto Pinochet após o golpe de Estado de 1973.

Mas em 2003 el pintor argentino Felipe Noé, um amigo do artista, inteirou-se de que as obras estavam em um depósito do Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Chile. Após longas negociações, foram devolvidas à Argentina e chegaram na sexta-feira passada a Buenos Aires.

As sete telas foram dadas em comodato ao Museu de Belas Artes de Buenos Aires, onde serão expostas a partir de quinta-feira durante três anos antes de ser devolvidas à família de Deira.

Fonte: Yahoo!

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