27 de novembro, 2024

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Mulher que gastou 21 milhões de dólares em loja de luxo em Londres é presa

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Em apenas um dia, ela gastou 150 mil libras (mais de R$ 700 mil) na Boucherons, uma loja de luxo, em Londres. Ao longo de uma década, suas compras na Harrods, famosa loja de departamentos londrina, superaram US$ 21 milhões (cerca de R$ 80 milhões). As compras incluíam joias, relógios, perfumes e vinhos.

Estamos falando de Zamira Hajiyeva, de 55 anos, natural do Azerbaijão, país asiático ao norte do Irã. Ela, que vive em Londres, é a primeira pessoa a quem foi aplicada uma nova regra anticorrupção do Reino Unido, destinada a evitar que autoridades estrangeiras supostamente corruptas lavem dinheiro no Reino Unido.

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Agora, foi revelado que Zamira foi presa pela polícia de Londres na semana passada, depois de um pedido de extradição feito pelo Azerbaijão, onde ela enfrenta duas denúncias de corrupção.

Seu marido, Jahangir Hajiyev, ex-gerente de um banco estatal no Azerbaijão, foi condenado a 15 anos de prisão, em um julgamento de 2016 no seu país de origem. Ele foi considerado culpado em uma fraude que culminou no desaparecimento de milhões de dólares.

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Nas compras de luxo, Zamira usava 35 cartões de crédito diferentes, todos emitidos pelo banco onde seu marido trabalhava.

O casal obteve permissão para viver no Reino Unido graças a um visto para investidores milionários. Zamira vivia com os filhos em uma casa perto da Harrods, no elegante bairro de Knightsbridge, há cerca de dez anos. O imóvel, avaliado em 15 milhões de libras (R$ 74 milhões), foi comprado por uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas – que já foram consideradas um paraíso fiscal.

Além disso, uma empresa de Zamira também comprou um campo de golfe na Inglaterra, por US$ 15 milhões (R$ 28 milhões), e tinha um avião particular com valor estimado em US$ 42 milhões (R$ 157 milhões).

Por que as autoridades revelaram os nomes de Zamira e seu marido?

A nova legislação anticorrupção do Reino Unido que enquadrou Zamira é chamada de Ordem para Riquezas não Explicadas (UWO, na sigla em inglês).

Os investigadores da National Crime Agency (agência de combate ao crime organizado do Reino Unido) acreditam que há milhões de dólares de dinheiro sujo investidos em propriedades britânicas. Mas é praticamente impossível imputar algum crime aos proprietários, devido à falta de provas.

Segundo a Transparência Internacional, existem quase US$ 6 bilhões em dinheiro suspeito no Reino Unido.

Agora, com o UWO, os proprietários são obrigados a dar uma explicação para sua riqueza. Caso um suspeito não consiga provar que o dinheiro vem de fontes legítimas, as autoridades podem confiscar suas propriedades. É esse processo que deve ocorrer com Zamira.

Os advogados dela alegam que a UWO “não deve ser usada para insinuar que um crime tenha sido cometido”. Ela já perdeu uma batalha legal para permanecer anônima, depois que a imprensa argumentou que o público tinha o direito de conhecer os fatos de forma completa.

O que dizem os acusados?

Os advogados de Zamira e seu marido afirmam que eles são inocentes e estão sofrendo uma “grande injustiça”. Segundo Zamira, seu marido obteve o dinheiro por ter sido um homem de negócios legítimo e exitoso, antes de se tornar gerente do banco.

Jahangir Hajiyev nega ter cometido as fraudes de que é acusado no Azerbaijão e pede que a Corte Europeia de Direitos Humanos intervenha em seu caso.

A Agência Nacional do Crime do Reino Unido afirmou perante os tribunais que Hajiyev foi funcionário estatal entre 1993 e 2015, função na qual seria impossível amealhar tamanha fortuna.

Fonte: BBC

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