07 de outubro, 2024

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Mulher desiste de viagem, mas filha embarca e morre em acidente entre ônibus e micro-ônibus no interior de SP

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Uma mulher escapou de um acidente entre um micro-ônibus e um ônibus, na manhã desta segunda-feira (8), em Ipeúna (SP), porque desistiu da viagem para cuidar da mãe, que está doente. No entanto, ela perdeu sua filha no acidente, que deixou seis mortos e três feridos.

A filha da mulher que não embarcou é Gabrielle Reis Carvalho, de 24 anos, que viajava para realizar tratamento de saúde. Sua mãe embarcaria para acompanhá-la, mas desistiu.

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A reportagem também apurou que o motorista do micro-ônibus, José Francisco Veronese Nemitz, de 65 anos, estava a dois meses de se aposentar, após atuar no serviço de transporte de pacientes por ao menos 20 anos.

José Francisco Veroneze dirigia o micro-ônibus que saiu de São Pedro em direção a Rio Claro (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Quatro das seis pessoas que morreram estavam sendo transportadas pelo micro-ônibus para o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Rio Claro (SP).

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As vítimas do acidente que não resistiram são pacientes – que seguiam para atendimento com profissionais de pneumologia, fisioterapia e mastologia – e acompanhante, além dos dois motoristas.

‘Nunca imaginava que ia acontecer isso’

Joel Pinheiro é pai e marido de duas das vítimas do acidente. Ele contou que a mulher ia para Rio Claro para realizar um tratamento, há mais de um ano, semanalmente, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Joel Pinheiro, que teve a esposa e o filho feridos no acidente (Foto: Reprodução/ EPTV)

Ele já buscou os pertences da esposa e agora espera que ela e o filho voltem para casa e que os motivos do acidente sejam esclarecidos.

“Como o caso dela era um pouquinho mais grave, aí transferiram ela para a Rio Claro. Está vendo como ela passa a noite lá hoje. Ela teve um hematoma no pulmão, bateu o pulmão, então ela vai ficar em observação, porque se caso precisar de cirurgia ou oxigenação, ela tá amparada lá no hospital. Meu filho tá em observação de 12 horas, tá conversando, só tá com o ponto na cabeça, um pouquinho inchado o rosto, acho que por causa da pancada. Tá conversando normal e talvez tenha alta hoje à noite”, detalhou.

“Eu nunca imaginava que ia acontecer isso. Agora tenho que esperar a perícia pra saber o que aconteceu”.

Karina Helena Gomes da Silva, uma das vítimas que não resistiu (Foto: Reprodução/ EPTV)

Veja a seguir a identificação das vítimas que morreram no acidente:

  • Gabrielle Reis Carvalho – 24 anos
  • Karina Helena Gomes da Silva – 41 anos
  • Nivalda Toledo Fruck – 70 anos
  • Lucilene Cristina Fruck Aprígio – 42 anos
  • José Francisco Veronese Nemitz – 65 anos
  • Danilo Ricardo Pianuci – 56 anos
Danilo Ricardo Pianuci dirigia o ônibus fretado (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O motorista do micro-ônibus, que saiu de São Pedro (SP), era José Francisco Veronese Nemitz, de 65 anos, conhecido como Carioca. Segundo a prefeitura, ele trabalhava transportando pacientes há, pelo menos, 20 anos.

“É um ônibus de transporte ambulatorial da Secretaria de Saúde, e são cinco pacientes, tinha três acompanhantes e mais um motorista. Muito difícil, né? A gente não deseja para ninguém um momento como esse”, lamentou Rosivaldo Amaro da Silva, coordenador da Defesa Civil de São Pedro.

O motorista do outro ônibus, que é fretado e seguia sozinho de Ipeúna para Charqueada, é Danilo Ricardo Pianuci, de 56 anos. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu.

Atendimento aos feridos

Quatro vítimas do micro-ônibus morreram no local. O motorista foi socorrido, mas não resistiu. Dois feridos foram levados para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Ipeúna: um homem de 21 anos com ferimentos leves, e a mãe dele, de 50 anos, que foi transferida para a Santa Casa de Rio Claro com fratura no quadril e quadro estável.

Uma mulher foi internada no Pronto-Socorro de Charqueada, com quadro estável, mas pode ser transferida para Piracicaba.

Micro-ônibus que levava pacientes de São Pedro para fazer exames em Rio Claro fica destruído após bater de frente com ônibus em rodovia de Ipeúna. (Foto: Reprodução/EPTV)

Prefeitura decreta luto por três dias

A prefeitura de São Pedro decretou luto oficial de três dias na cidade e lamentou a perda dos moradores, em nota oficial emitida.

“Lamentamos profundamente o trágico acidente envolvendo um micro-ônibus de transporte de pacientes são-pedrenses com destino a Rio Claro. Nossos corações estão devastados com a notícia do falecimento dos nossos irmãos e irmãs na SP-191, após colisão frontal com outro veículo”, comunicou.

A administração acrescentou que determinou que a Assistência Social ofereça todo o suporte necessário às famílias das vítimas.

Familiares e amigos lamentam perda de motorista de São Pedro nas redes sociais (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Caso em apuração

A colisão aconteceu na Rodovia Irineu Penteado (SP-191), em Ipeúna, por volta das 5h30. A pista foi liberada após quatro horas de interdição para trabalho de resgate das vítimas, retirada de corpos e trabalho da perícia, que investiga as causas do acidente.

Conforme apuração da reportagem, peritos mediram as distâncias entre destroços e buscaram marcas de frenagem na pista.

“Quando há vítima fatal, a gente interdita a via, aguarda perícia e agora a perícia acabou de fazer o serviço dela. E a gente vai aguardar o relato deles para ver o que ocorreu, quem invadiu faixa de quem”, explicou Élcio Conceição Mello, 2º sargento da Polícia Militar Rodoviária (PMR).

O trecho onde ocorreu a batida tem pista simples, ou seja, uma faixa em cada sentido da estrada.

Segundo a PMR, Artesp e Prefeitura de São Pedro, nenhuma irregularidade foi identificada nos ônibus envolvidos no acidente. O dono do coletivo fretado também informou que o veículo estava com manutenção e documentação em dia.

O caso foi registrado como lesão corporal culposa e homicídio culposo – sem intenção de matar – na direção de veículo automotor no plantão da Delegacia Seccional de Polícia de Rio Claro.

Até a última atualização desta reportagem, os corpos ainda não tinham sido liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) e não havia previsões sobre velórios e enterros das vítimas.

Fonte: G1 – Foto: Edijan Del Santo/EPTV/Reprodução

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