23 de novembro, 2024

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Mudanças climáticas popularizam “turismo do fim do mundo”, mas modalidade está se tornando mais arriscada

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O aquecimento global está promovendo um tipo de turismo diferente, chamado de “turismo de última chance”, que nada mais é do que conhecer destinos que correm o risco de desparecer, em especial as geleiras. Mas isso também descortina a necessidade de cuidados redobrados.

A situação ficou evidente no mês passado, quando um turista americano que estava visitando uma caverna de gelo no sudeste da Islândia morreu quando uma parte do local desabou. Outra pessoa ficou ferida.

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O Parque Nacional Vatnajokull, onde fica a caverna, suspendeu temporariamente os passeios enquanto as autoridades analisam o ocorrido e os procedimentos de emergência.

Geleira no Parque Nacional Vatnajokull, na Islândia (Foto: Reprodução)

Dentre as medidas que deverão ser adotadas nestes locais, segundo especialistas consultados pelo The New York Times, está a instalação de mais guarda-corpos. Isso se faz necessário porque o aumento da água derretida pode tornar as geleiras mais propensas ao colapso.

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Emmanuel Salim, professor assistente de geografia na Universidade de Toulouse, na França, detalhou que operadores turísticos estão trabalhando com estratégias como maior manutenção nas trilhas de caminhada, pontes, escadas e corrimãos que dão acesso às formações de gelo.

Isso é exatamente o que tem feito Corin Lohmann, proprietário da IceWalks, uma operadora de turismo na geleira Athabasca, parte do Columbia Ice Field no Parque Nacional Jasper, em Alberta, no Canadá. Lohmann disse ao NYT que sua empresa teve que redirecionar a trilha para o pé da geleira duas ou três vezes a cada temporada por causa do derretimento glacial.

Suas rotas também foram afetadas por incêndios florestais nos últimos anos, incluindo um que fechou o acesso às geleiras neste verão no hemisfério norte. Lohmann salientou que, se não fosse por isso, 2024 teria sido o ano mais movimentado registrado desde que seu negócio foi fundado, em 1985.

Johannes Theodorus Welling, pesquisador de pós-doutorado em turismo glacial na Universidade da Islândia, observou que os guias geralmente avaliam o estado das geleiras com base na experiência, mas como as mudanças climáticas afetam o ambiente dinâmico destas localidades, as decisões se tornam mais complicadas. “Podem ocorrer eventos emergentes que nunca aconteceram no passado”, salientou.

“Há mais entusiastas de atividades ao ar livre, mas as geleiras também estão mais instáveis do que costumavam ser”, complementou Trevor Kreznar, gerente geral da Exit Glacier Guides no Kenai Fjords National Park, no Alasca. “Se houvesse mais entusiastas, mas as geleiras continuassem as mesmas dos anos 1980, não seria um problema tão grande.”

Fonte: Um Só Planeta

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