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O Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo entrou nesta quarta-feira (6), com uma representação, com pedido de medida cautelar, para que as três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) parem de pagar salários acima do teto imediatamente, com devolução dos valores pagos irregularmente, sob pena de afastar os três reitores das instituições.
De acordo com os documentos, obtidos pela TV Globo, ao menos R$ 17 milhões por ano foram pagos de maneira irregular, extrapolando o teto constitucional, nas três universidades. A Unesp é a responsável pela maior parte da irregularidade (R$ 13,9 milhões), considerando os valores somente do ano de 2015.
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“A ideia de apresentar uma cautelar é para que haja uma decisão rápida, diante da inércia de as universidades em cumprir o teto”, disse à TV Globo o procurador Thiago Pinheiro Lima. Na prática, a decisão depende ainda de uma decisão de um conselheiro do TCE, cujo efeito é imediato.
O limite remuneratório dos servidores em São Paulo é limitado ao salário do governador, fixado em R$ 22,3 mil.
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A reportagem procurou as assessorias da USP, Unesp e Unicamp e aguarda retorno.
Segundo os procuradores Thiago Pinheiro Lima e João Paulo Giordano Fontes, as universidades vêm reiteradamente, nos anos de 2016, 2017 e 2018, “lesando os cofres públicos por meio de remunerações acima do teto, como apontam os relatórios de fiscalização, diversas decisões esparsas que flagram irregularidades na concessão de aposentadorias e as folhas de pagamento da autarquia”.
Acima do teto
Só na USP, por exemplo, na análise das contas do exercício de 2017, a fiscalização viu que 2.564 servidores recebiam remunerações acima do teto do governador, inclusive na reitoria. “O descumprimento de decisões do Tribunal de Contas se configura como uma violação à Constituição Federal”, escrevem os procuradores.
O MP de Contas pede ainda “multa no patamar legal máximo” por entender que as universidades “mostram desconsideração e desrespeito da autarquia para com os poderes públicos instituídos”.
São citados nominalmente como responsáveis o reitor da USP, Vahan Agopyan; o da Unicamp, Marcelo Knobel; e o da Unesp, Sandro Valentin. A USP está com obras paradas e previsão de gastar 87,3% do orçamento com folha de pagamento.
No caso da USP e da Unesp, há ainda outra suposta irregularidade em apuração, sobre diárias pagas a servidores das reitorias da USP e da Unesp, incluindo os próprios reitores e ex-reitores. Ao menos R$ 2,3 milhões foram pagos no benefício, considerado irregular pelo MP de Contas. O caso está sob análise do TCE.
Fonte: G1