18 de outubro, 2024

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Mortes de migrantes na fronteira entre EUA e México aumentam dez vezes em dois anos

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Dez vezes mais imigrantes morreram próximo à fronteira dos Estados Unidos com o México entre 2022 e 2023 em comparação com os cinco anos anteriores, afirma relatório do departamento forense da Universidade do Novo México, nos EUA.

Em 2023, foram encontrados restos mortais de 113 possíveis migrantes. Nos primeiros oito meses de 2024, o número já chegou a 108 registros. Nos anos anteriores o número não passava de 10, com nove ocorrências em 2020 e dez em 2019. Segundo o departamento, a causa das mortes estão relacionadas em sua maioria ao calor.

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O departamento é responsável pela identificação dos corpos e realização das autópsias. A maioria das ocorrências foi registrada a menos de 16 quilômetros de El Paso, cidade aol sul do estado do Texas, que faz fronteira com o Novo México.

Migrantes centro-americanos – em sua maioria hondurenhos – participam de uma caravana com destino aos EUA (Foto: Um Só Planeta)

Especialistas da universidade acreditam que os traficantes responsáveis por fazer a travessia ilegal estão utilizando rotas mais perigosas e expondo os migrantes a temperaturas extremas do verão. “Nossa reação foi de tristeza, horror e surpresa porque o número de mortos era sempre muito abaixo do registrado”, disse Heather Edgar, antropóloga forense do departamento, ao The Guardian.

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Com a demanda por profissionais aumentando, o departamento precisou adicionar, ao longo dos últimos dois anos, mais investigadores médicos adjuntos além dos atuais 1.500 forenses. “Sempre tivemos três adjuntos naquela área, e acho que temos nove ou 10 agora”, disse Edgar sobre o corredor de migração oriental do Novo México.

A imigração e a segurança nas fronteiras estão entre as principais preocupações dos eleitores, pensando no pleito presidencial que ocorre em 5 de novembro, mas os candidatos têm se concentrado em manter os migrantes fora dos EUA e deportar aqueles que já estão aqui.

No entanto, o aumento das mortes representa uma grave preocupação humanitária. “As pessoas estão morrendo perto de áreas urbanas, em alguns casos a apenas 300 metros das estradas”, observou Adam Isacson, analista do Escritório de Washington para a América Latina, uma organização não governamental. Ele disse que estações de água, telecomunicações aprimoradas e mais esforços de resgate poderiam ajudar a reduzir os danos.

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA acrescentou um dirigível de vigilância para monitorar o corredor de migração perto de seu escritório em Santa Teresa, no condado de Doña Ana, no Novo México. E depende de torres de radar móveis de 10 metros para escanear a área.

As autoridades dos EUA adicionaram, nos últimos anos, mais 30 balizas que convocam trabalhadores médicos de emergência ao longo de trechos remotos da fronteira no Novo México e no oeste do Texas. E eles instalaram mais de 500 placas com coordenadas de localização e instruções para ligar para o 911 para obter ajuda. Todo esse aparato é utilizado para conter as redes de tráfico humano, segundo as autoridades americanas.

Neste verão, a patrulha de fronteira expandiu os esforços de busca e resgate, enviando patrulhas com especialistas médicos e equipamentos de vigilância. A agência transferiu algumas balizas para mais perto da fronteira, onde mais pessoas foram encontradas mortas ou em perigo de morte.

Fonte: Um Só Planeta

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