18 de novembro, 2024

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Morte de gestante na Polônia gera protestos; família culpa lei rígida contra o aborto

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Dezenas de milhares de pessoas protestaram neste sábado (6) na Polônia após a morte de uma gestante por complicações na gravidez. Segundo familiares, ela deveria ter feito o aborto, mas os médicos decidiram não fazer o procedimento por causa de uma lei em vigor desde o início do ano que proíbe a prática em quase todos os casos.

Izabela, 30 anos, grávida de 22 semanas, morreu no fim de setembro em um hospital de Pszczyna, no sul da Polônia. O bebê dela não tinha líquido amniótico suficiente para sobreviver, ela adoeceu e mesmo assim os médicos se recusaram a fazer o procedimento de aborto, disseram a família e advogados. A equipe que cuidou do caso foi suspensa.

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“Os médicos esperaram que o feto morresse. O feto morreu, a paciente morreu. Choque séptico”, tuitou Jolanta Budzowska, advogada da família.

Segundo a advogada, Izabela é a primeira vítima da decisão de outubro de 2020 do Tribunal Constitucional, que entrou em vigor no fim de janeiro.

Apoiado pelo partido no poder, Lei e Justiça (PiS), o tribunal proibiu o aborto em casos de má-formação fetal grave, autorizando a prática apenas em casos de estupro ou incesto, ou quando a vida da mãe estiver em perigo.

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Além da Polônia, parte dos Estados Unidos vem restringindo o acesso ao aborto. Mais recentemente, o Texas aprovou uma lei que praticamente bane o procedimento em quase todos os casos.

“Nem uma mais!”, gritavam milhares de manifestantes em Varsóvia, que se reuniram em frente à sede do Tribunal, antes de seguirem em passeata até o Ministério da Saúde.

“Estou aqui para que nenhuma mulher corra perigo novamente. A legislação atual está matando as mulheres”, criticou Ewa Pietrzyk, 40, que exibia uma foto de Izabela. Manifestações semelhantes ocorreram em cerca de 70 cidades do país.

Mulher leva vela para protesto em Varsóvia neste sábado (6) contra leis restritivas contra o aborto após morte de grávida na Polônia — Foto: Czarek Sokolowski/AP Photo
Mulher leva vela para protesto em Varsóvia neste sábado (6) contra leis restritivas contra o aborto após morte de grávida na Polônia (Foto: Reprodução)

Decisão custou a vida de Izabela, diz família

Segundo um comunicado da família de Izabela, os médicos do hospital Pszczyna adotaram uma posição de apenas esperar e não fazer o procedimento que poderia salvar a paciente. Os familiares relacionam a decisão do hospital à norma em vigor, que limita as possibilidades de um aborto legal.

“O bebê pesa 485 gramas. No momento, por causa da lei do aborto, tenho que ficar de cama. E não há nada que possam fazer. Eles irão esperar até que eu morra”, escreveu Izabela à sua mãe, em mensagem que se tornou pública.

Casada havia 10 anos, Izabela era mãe de uma menina de nove anos. Segundo o partido conservador nacionalista no poder, a morte da jovem não ocorreu devido à decisão do tribunal.

Dois médicos do hospital Pszczyna foram suspensos após a morte da gestante, enquanto a promotoria local conduz uma investigação. Segundo ONGs, milhares de polonesas buscaram ajuda para abortar, principalmente no exterior.

Fonte: Yahoo!

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