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A adolescente Maria Eduarda Casaroto (foto), de 12 anos, que teve 90% do corpo queimado durante um incêndio em uma chácara na zona rural de Boituva (SP), morreu na manhã desta quinta-feira (14), informaram a prefeitura e parentes.
A menina estava internada em estado grave no Hospital Regional de Sorocaba (SP) desde terça-feira (12).
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De acordo com a Polícia Civil, na noite de segunda-feira (11), Maria havia fugido da Casa Abrigo com outras três crianças. O grupo invadiu uma chácara no Jardim das Palmeiras, e a cozinha pegou fogo.
As três crianças, entre 11 e 13 anos, precisaram ser socorridas, mas não ficaram feridas. Já Maria Eduarda ficou gravemente ferida.
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O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania de Boituva afirmou que já abriu sindicância para investigar a fuga dos adolescentes e saber porque a prefeitura só foi informada do desaparecimento deles 17 horas depois.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Emerson Martins, na quarta-feira (13) assistentes sociais da Casa Abrigo foram ouvidos na delegacia.
Contudo, o inquérito para investigação só vai ser instaurado depois que o resultado do laudo comprove se a origem do incêndio foi criminosa ou acidental.
Com esse desdobramento, segundo o delegado, vai ser possível definir qual caminho as investigações devem seguir.
A reportagem entrou em contato com a Vara da Infância e Juventude de Boituva, que informou que tanto o juiz quanto o promotor ainda não foram notificados pela Casa Abrigo sobre a fuga das crianças e que geralmente as investigações por parte da Justiça começam depois dessa notificação.
Caso isso não ocorra em breve, o Ministério Público deve agir para tentar entender o motivo dessa fuga.
Segundo o Conselho Tutelar, o órgão fiscaliza o local periodicamente, geralmente uma vez por mês ou quando solicitado.
Incêndio
Segundo a polícia, as crianças fugiram da Casa Abrigo, onde vivem sob custódia, e invadiram o imóvel depois de andarem cerca de 4 quilômetros.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as crianças estavam na cozinha, quando o cômodo teria pegado fogo durante uma brincadeira com óleo. O fogo foi controlado pelos bombeiros.
A dona da propriedade, Lu Clark, afirma que não estava no momento da invasão.
“A casa estava fechada e sem ninguém. Eles estavam aqui sozinhos. É triste, dói muito de saber que são adolescentes. Eles entraram pela janela do quarto. Quando eu cheguei e vi, deu um nó na garganta, porque é muita dor no coração. Não foi a primeira vez, e hoje está tudo destruído, não existe mais nada da minha cozinha”, contou.
Várias fugas
De acordo com uma parente da adolescente, ela já fugiu do abrigo outras duas vezes.
“Teve várias fugas já. Inclusive um dia encontrei ela em uma estrada chegando em Iperó. Outra vez ficamos sabendo que ela e outra criança tomaram medicamento de tarja preta no abrigo e ficou internada. Se o conselho tirou daqui para proteger, como ela está em um abrigo e não tem essa segurança?”, afirma a parente.
Ainda de acordo com a familiar, a adolescente foi morar com uma tia-avó pela primeira vez quando tinha 5 anos. Os pais, dependentes químicos, perderam a guarda dela e de um um outro filho, na época com 8 anos.
A menina estava com a tia-avó até outubro do ano passado, quando, depois de uma briga na escola, a tia teria batido nela e, por isso, acabou perdendo a guarda novamente.
Segundo a parente, o relacionamento dentro de casa era normal, mas os problemas teriam surgido depois que a adolescente voltou para o abrigo há quatro meses.
Além disso, a menina estaria em um relacionamento com um dos garotos que estavam na chácara no momento do incêndio e teria postado em uma rede social mensagens dizendo que tinha discutido com o namorado.
Fonte: G1
