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Faleceu nesta terça-feira, 19, em São Paulo, o pediatra e acadêmico Dr. Fernando José Nóbrega, aos 89 anos. A cremação ocorrerá na quarta-feira (20), às 11h, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, à Rua La Paz, 191, em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana.
Em 1968, o Dr. Nóbrega foi convidado para criar e organizar o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu, hoje pertencente à Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde ocupou vários cargos, sendo eleito por 3 vezes Supervisor do Curso Médico.
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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Academia Brasileira de Pediatria (ABP) emitiu Nota de Pesar pelo falecimento do Dr. Fernando José Nóbrega.
NOTA DE PESAR
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Com profundo pesar, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Academia Brasileira de Pediatria (ABP) comunicam o falecimento do pediatra e acadêmico dr. Fernando José Nóbrega, aos 89 anos, ocorrido nesta terça-feira (19), em São Paulo. A cremação ocorrerá na quarta-feira (20), às 11h, no Cemitério e Crematório Horto da Paz, à Rua La Paz, 191, em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana.
“É sem dúvida uma perda inestimável para a pediatria brasileira. Entre tudo o que fez e ensinou estava a liderança na área de nutrição e desnutrição de crianças e adolescentes, além da pesquisa que resultou na criação do Teste do Pezinho. Nossas sinceras condolências a toda família”, lamenta a presidente da SBP, dra. Luciana Silva.
“Ele era um pediatra reconhecidamente excepcional e deixou uma escola pediátrica, tendo formado várias gerações de pediatras e de professores de pediatria. Emprestou seu brilho quando esteve na presidência da ABP, levando esta a avançar na sua atuação. É uma perda enorme para todos nós, para a pediatria brasileira e para a pediatria internacional. Que descanse na paz de Deus”, comenta o presidente da ABP, dr. Mário Santoro Jr.
TRAJETÓRIA – Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 1930, viveu sua infância em e Niterói, na Região Metropolitana. Formou-se em Medicina pela Faculdade Fluminense de Medicina, em Niterói.
Após se formar, mudou-se para São Paulo. Dr. Nóbrega queria estar junto da família e trabalhar em postos de puericultura recém-abertos na cidade. A experiência despertou seu interesse pela Pediatria, tendo atuado em diversos ambulatórios.
No início dos anos 1960, conheceu o professor dr. Azarias Andrade de Carvalho, catedrático de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (EPM). Dessa relação profissional e amizade surgiu o convite, em 1961, para trabalhar com o dr. Azarias na Escola Paulista de Medicina e criar, junto com outros médicos, o Pronto Socorro Infantil Sabará. Dois anos depois, tornou-se chefe da Enfermaria do Serviço de Pediatria; e, logo depois, chefe da Residência e do Internato.
Em 1965, diagnosticou um caso de Fenilcetonúria, até então inexistente na literatura científica. Aos poucos, constatou que o número de crianças com deficiência mental na cidade de São Paulo ultrapassava os índices internacionais. Em sua pesquisa, defendeu a realização de exame sistemático em recém-nascidos para evitar a deficiência mental. A obrigatoriedade do exame transformou-se em Lei. Conhecido como Teste do Pezinho, hoje o exame é realizado em todo o País.
O grande mérito de sua Tese de Doutoramento de 1967 foi comprovar a grande incidência da doença no Brasil e a economia que o País faria com o exame diagnóstico. Com o sucesso da tese, dr. Nóbrega foi convidado, em 1968, a organizar o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu, onde permaneceu por oito anos.
Por muitos anos, atuou em pesquisas em metabolismo e nutrição, recebendo vários prêmios e integrando diferentes associações de Pediatria e nutrição no Brasil e no exterior.
Em 1982, foi eleito presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, onde criou uma revista, comitês de especialidade e seu primeiro congresso. Até 1984, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) era dirigida e frequentada quase que exclusivamente por cariocas. Com dr. Fernando Nóbrega na presidência e o grande apoio do dr.Júlio Dickstein, a SBP deu um passo decisivo em sua nacionalização, e, com a criação dos comitês científicos, avançou na qualificação científica e na representação regional.
Na ABP, ocupava a Cadeira nº 3, cujo patrono é Antônio Fernandes Figueira. Dr. Nóbrega deixa esposa, filhos e netos.
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