27 de novembro, 2024

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Morre, aos 88 anos, o ator Jean-Paul Belmondo

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Se alguém pode, sem medo de erro, ser chamado de estrela, Jean-Paul Belmondo certamente é uma destas pessoas. O ator francês morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (6). Astro da Nouvelle Vague francesa, um dos mais importantes movimentos da história do cinema, Belmondo ficou conhecido por filmes como “Acossado” (1960) e “O Demônio das Onze Horas” (1965), ambos dirigidos por Jean-Luc Godard. Outro grande filme estrelado por Belmondo foi “O Homem do Rio” (1964).

“Ele estava muito cansado há bastante tempo, morreu tranquilamente”, disse o advogado Michel Godest. Belmondo morreu em casa, em Paris. Até a última atualização desta reportagem, a causa não havia sido divulgada.

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Depois de construir uma carreira inconteste no cinema francês, principalmente interpretando homens frios e sisudos, mas que encantavam o público, Belmondo teve uma virada na carreira de ator. Passou a atuar em filmes mais populares. Sem dúvida, foi um dos grandes atores da história do cinema mundial. “Nenhum ator desde James Dean inspirou tamanho sentimento de identificação com público”, escreveu o crítico Eugene Archer no New York Times em 1965.

Jean-Paul Belmondo em "O Acossado", de Jean-Luc Godard — Foto: Reprodução
Jean-Paul Belmondo em “O Acossado”, de Jean-Luc Godard (Foto: Reprodução)

Acossado

Belmondo tinha 28 anos e o diretor Jean-Luc Godard 26 quando os dois trabalharam em “Acossado”. No longa, o primeiro de Godard, o diretor filmava Belmondo sem um roteiro pré-determinado, segurando a câmera na mão durante boa parte do tempo, e com baixo orçamento. Com esta receita e seguindo a orientação de atuação improvisada, Belmondo entregou ao mundo Michel Poiccard, um dos anti-heróis mais queridos da história do cinema. Não fosse o suficiente, “Acossado” foi um dos primeiros e mais influentes filmes do movimento “Nouvelle Vague”.

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O que foi a Nouvelle Vague

Nouvelle Vague (Nova Onda, em tradução livre) foi um dos mais importantes movimentos da história do cinema. Marcado pela juventude e transgressão às regras pré-estabelecidas, baixo orçamento e atuação improvisada, o movimento que começou no fim dos anos 1950 transformou o cinema francês e mundial. Além de “Acossado” e “O Demônio das Onze Horas”, estão entre os grandes filmes produzidos pela Nouvelle Vague “Hiroshima, Meu Amor” (1959), “Cléo das 5 às 7” (1962), “Jules e Jim” (1962) e “Bande à Part” (1964).

Jean-Paul Belmondo em foto de janeiro de 1973 — Foto: AFP/Arquivo
Jean-Paul Belmondo em foto de janeiro de 1973 (Foto: Reprodução)

Vida pregressa

Belmondo nasceu em 9 de abril de 1933, em Neuilly-sur-Seine, filho do renomado escultor Paul Belmondo e da pintora Sarah Rainaud-Richard. Apesar de sua formação culta, ele parecia mais atraído pelo mundo dos esportes do que pelas artes e chegou a ser um grande boxeador em sua juventude.

Depois que descobriu a atuação, foram necessárias três tentativas até que o Conservatório de Paris concordasse, em 1952, em aceitá-lo como estudante. Mesmo assim, não foi uma passagem tranquila, e Belmondo desistiu irritado em 1956 após a má recepção de um júri do conservatório sobre uma de suas apresentações. Um de seus professores disse na época: “O sr. Belmondo nunca terá sucesso com sua cara de desordeiro”. A resposta de Belmondo foi um gesto obsceno.

Fonte: G1

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