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Madeleine Albright, a primeira mulher secretária de Estado dos Estados Unidos, morreu de câncer aos 84 anos, anunciou sua família em um comunicado nesta quarta-feira (23).
Chefe da diplomacia entre 1997 e 2001, durante o mandato do presidente democrata Bill Clinton, Madeleine Albright, “incansável defensora da democracia e dos direitos humanos”, morreu de câncer “cercada por familiares e amigos”, afirma a nota.
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Ela contribuiu para “mudar o rumo da história”, declarou o presidente Joe Biden. “Foi uma imigrante de fugiu da perseguição”, disse em uma nota.
“E como tantos outros antes e depois dela estava orgulhosa de ser americana (…) Ela desafiou as convenções, rompeu barreiras, repetidas vezes”, elogiou Biden.
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Albright era “uma força apaixonada pela liberdade, democracia e direitos humanos”, declarou Bill Clinton nesta quarta-feira, que ressaltou que sua morte foi “uma perda imensa para o mundo no momento em que mais precisamos das lições de sua vida”.
“Humor” e “determinação”
O ex-presidente homenageou alguns de seus combates, para “acabar com a limpeza étnica na Bósnia e no Kosovo”, “apoiar uma expansão da Otan aos países da Europa central” e “reduzir o nível de pobreza”. Os libertou, disse, sem nunca perder “seu grande senso de humor” nem “sua determinação”.
O Conselho de Segurança da ONU fez um minuto de silêncio em memória de Albright, que também foi embaixadora dos EUA nas Nações Unidas por quatro anos (1993-1997), onde deixou sua marca, especialmente durante a intervenção da Otan no Kosovo.
Na época, o embaixador russo era Sergey Lavrov, que mais tarde se tornaria ministro das Relações Exteriores e um aliado muito próximo de Vladimir Putin, o presidente russo a quem Albright acusou há um mês de cometer um “erro histórico” ao se preparar para invadir a Ucrânia.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse em um comunicado que sempre valorizou em Albright seus “sábios conselhos, sua profunda experiência, sua visão única, sua humanidade constante, seu calor e seu espírito”.
“O sonho americano”
Madeleine Albright nasceu em 15 de maio de 1937 em Praga, no berço de uma família judaica. Fugindo do nazismo, eles se refugiaram em Londres em 1939.
Quando tinha 11 anos, sua família, que havia retornado para a Tchecoslováquia, decidiu emigrar para os Estados Unidos quando os comunistas tomaram o poder.
Foi nos EUA que seus estudos brilhantes lhe permitiram alcançar os mais altos escalões do poder.
“Viveu o sonho americano e ajudou outros a consegui-lo”, afirmou George W. Bush sobre esta mulher, que falava inglês, tcheco, francês e russo.
Em 2001, logo após a chegada de Bush à Casa Branca, criou o “Albright Group”, uma empresa de consultoria em estratégia internacional com sede em Washington.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair observou que ela foi “uma das pessoas mais excepcionais” com quem teve o privilégio de trabalhar e elogiou sua “profunda compaixão pela humanidade”.
O presidente israelense Isaac Herzog a definiu como “um ícone feminista, uma líder excepcional” e “uma verdadeira amiga de Israel”.
Em abril de 2012, ao conceder-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil dos Estados Unidos, Barack Obama elogiou sua “coragem e tenacidade que tornaram possível levar a paz aos Bálcãs e abriram caminho para o progresso em algum dos os lugares mais instáveis do mundo”.
Fonte: Yahoo!