08 de julho, 2025

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Morre a ex-primeira-dama Marisa Letícia

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A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva morreu nesta sexta-feira (3) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A mulher do ex-presidente Lula tinha 66 anos. Dona Marisa estava internada desde o dia 24 de janeiro, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento de um aneurisma.

Seguindo o protocolo oficial para constatar a morte cerebral, os médicos submeteram dona Marisa a dois testes: o primeiro ocorreu às 12h05 e o segundo, às 18h05. O protocolo determina que o último exame seja conduzido por outro médico para comprovar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais.

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Na quinta, um boletim médico divulgado pelo hospital informou que um doppler transcraniano identificou a ausência de fluxo cerebral. Em seguida, Lula publicou em seu pefil no Facebook uma mensagem agradecendo o carinho e informando que a família autorizava a doação de órgãos.

Um boletim médico divulgado pela manhã de quinta informou que um doppler transcraniano realizado na manhã desta quinta identificou a ausência de fluxo cerebral. Em seguida, Lula publicou em seu pefil no Facebook uma mensagem agradecendo o carinho e informando que a família autorizava a doação de órgãos.

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“A família Lula da Silva agradece todas as manifestações de carinho e solidariedade recebidas nesses últimos 10 dias pela recuperação da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia Lula da Silva. A família autorizou os procedimentos preparativos para a doação dos órgãos”, diz o post. Depois, a página do Facebook do ex-presidente atualizou a foto de perfil e colocou uma imagem do casal sorrindo.

Post no Facebook do ex-presidente Lula sobre o estado de Dona Marisa (Foto: Facebook/Reprodução)
Post no Facebook do ex-presidente Lula sobre o estado de Dona Marisa (Foto: Facebook/Reprodução)

Quando foi internada, dona Marisa passou por um procedimento de emergência, que durou cerca de duas horas, para conter a hemorragia no cérebro. Os médicos fizeram uma arteriografia cerebral para localizar a lesão e depois introduziram um cateter até a região afetada para estancar o sangramento.

Na quarta-feira (25), Marisa Letícia teve de passar por outro procedimento cirúrgico. Desta vez, para a “passagem de um cateter ventricular para monitoração da pressão intracraniana”, como informou o hospital. A decisão dos médicos ocorreu após “avaliação tomográfica de crânio para controle de sangramento cerebral”.

Na sexta-feira (27), dona Marisa passou por uma tomografia para verificar se tinha ocorrido melhora na infecção que havia se formado em seu cérebro. Ela foi acomodada em uma cama térmica para baixar a temperatura do corpo, que normalmente fica perto dos 35°C, para até 25°C. O objetivo era diminuir o metabolismo e, junto com ele, a atividade cerebral, para que o cérebro conseguisse absorver de forma mais rápida o excesso de sangue acumulado na caixa craniana.

Um exame realizado na segunda-feira (30) detectou a presença de trombose venosa profunda nas veias das pernas. Os médicos realizaram a passagem de um filtro de veia cava inferior para prevenir a ocorrência de embolia pulmonar.

Na terça (31), os médicos tiraram a sedação. Na quarta (1º), ela teve uma piora no seu quadro clínico no início da noite e voltou a ser sedada. A pressão intracraniana e a inflamação no cérebro tinham aumentado. O quadro clínico ficou irreversível, segundo os médicos.

A primeira-dama Marisa Letícia e o presidente Lula são vistos durante a Primeira Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres em Brasília, em julho de 2004 (Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo/Arquivo)
A primeira-dama Marisa Letícia e o presidente Lula são vistos durante a Primeira Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres em Brasília, em julho de 2004 (Foto: Reprodução)

Biografia

Dona Marisa Letícia nasceu em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em 7 de abril de 1950. Filha de imigrantes italianos de origem camponesa, tinha como sobrenome de solteira Rocco Casa e passou a infância no sítio da família – que veio a dar origem ao Bairro dos Casa na cidade.

Antes de se casar com Lula, Marisa Letícia já havia sido casada com um taxista com quem teve um filho, chamado Marcos, adotado pelo ex-presidente quando tinha 10 anos de idade. O primeiro marido de Marisa foi assassinado durante um assalto.

Viúva, ela conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos. Poucos meses depois, em 1974, os dois se casaram. O casal teve três filhos: Fábio, Sandro e Luís Cláudio.

Marisa Letícia é vista ao lado de Lula ao deixar o prédio da Auditoria da Justiça Militar, em São Paulo, após julgamento dele e de mais 12 sindicalistas por atuação na greve do ABC em 1979, em foto de novembro de 1981 (Foto: Reginaldo Manente/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Marisa Letícia é vista ao lado de Lula ao deixar o prédio da Auditoria da Justiça Militar, em São Paulo, após julgamento dele e de mais 12 sindicalistas por atuação na greve do ABC em 1979, em foto de novembro de 1981 (Foto: Reprodução)

Em 1980, ano em que Lula e outros líderes sindicais foram presos pelo regime militar, Marisa Letícia foi uma das principais organizadoras de um protesto para denunciar a prisão do marido. No mesmo ano, a ex-primeira-dama acompanhou de perto a criação do PT. Em entrevistas, ela se orgulhava de ter sido a responsável por costurar a primeira bandeira do partido.

“A primeira bandeira do PT eu é que fiz. Tinha um tecido vermelho, italiano, um recorte, guardado há muito tempo. Costurei a estrela branca e ficou lindo. Minha casa era o centro. Foi assim que começou o PT”, disse em 2002, segundo o acervo do jornal “O Globo”.

Marisa Letícia, esposa de Luis Inácio Lula da Silva, é vista com advogados do Sindicato dos Metalúrgicos em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP), em abril de 1980 (Foto: Clóvis Cranchi/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Marisa Letícia, esposa de Luis Inácio Lula da Silva, é vista com advogados do Sindicato dos Metalúrgicos em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP), em abril de 1980 (Foto: Reprodução)

Após a criação do PT, dedicou-se às campanhas de Lula à Presidência da República. Durante os comícios, era comum vê-la ao lado do marido ou atuando sozinha cumprindo compromissos para pedir voto ao petista.

Durante os dois mandatos de Lula como presidente, ficou famosa nacionalmente e era chamada de dona Marisa por Lula e pela imprensa. Foi criticada pela oposição por não ter se envolvido diretamente em projetos sociais, atribuições que, tradicionalmente, são realizadas pela primeira-dama.

Em 2004, foi centro de uma polêmica por ter determinado aos funcionários do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, que colocassem nos jardins novos canteiros de flores vermelhas em formato de estrela, símbolo do PT.

Marisa Letícia em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, em outubro de 1989 (Foto: Reprodução/TV Globo)
Marisa Letícia em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, em outubro de 1989 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Fonte: G1

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