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Morreu neste domingo (29) mais uma vítima do acidente entre um caminhão e um ônibus que deixou mais de 40 mortos em Taguaí (SP).
José Paulo Luiz estava internado em Avaré e foi a 42ª vítima do acidente, registrado na última quarta-feira (25).
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O ônibus e o caminhão colidiram na manhã de quarta-feira (25), por volta das 7h, no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho. Mais de 40 pessoas morreram no local.
No ônibus, que pertence à empresa Star Viagem e Turismo, estavam cerca de 50 trabalhadores de uma empresa têxtil. Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o veículo não tinha autorização para circular.
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Após o acidente, o caminhão do tipo bitrem (com capacidade maior de carga), que carregava esterco, invadiu uma propriedade rural. O motorista do veículo chegou a ser levado ao pronto-socorro de Fartura, mas morreu na unidade.
Ao G1, a companheira do caminhoneiro informou que ele não tinha habilitação para dirigir caminhão, tinha apenas habilitação provisória para carro e, por isso, levava outro caminhoneiro junto nas viagens.
“Com a colisão uma parte da carroceria do caminhão se desprendeu, foi para o lado do ônibus. Ela ocasionou um grave dano na lateral do ônibus e infelizmente levando a óbito tantas pessoas. Foram arrancados bancos, vítimas com membros decepados, vítimas machucadas”, afirmou Daniel Aparecido Demétrio, capitão da Polícia Militar.
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“Algumas vítimas foram projetadas para fora do ônibus, algumas estavam no interior do veículo e outras ficaram presas nas ferragens e nos bancos do ônibus também, o que dificultou a retirada. Mas tivemos cautela para que não houvesse maiores danos nos corpos”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Alexandre Prandini.
A maioria das 41 vítimas foi velada em ginásios de Itaí. As prefeituras de Taguaí e Itaí decretaram luto oficial por três dias.
A Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho é pista simples, não tem pedágios e não são comuns acidentes parecidos no local, segundo a Polícia Militar Rodoviária de Itapeva.
De acordo com o tenente Alexandre Guedes, porta-voz da PM, foi o maior acidente do ano nas rodovias do estado de São Paulo.
Investigação
O MPT entrou com uma representação contra a empresa Stattus Jeans Indústria e Comércio Ltda, onde as vítimas de Itaí trabalhavam, e a Star Fretamento e Locação Eireli – EPP, dona do ônibus envolvido no acidente.
As vítimas eram de Itaí e viajavam diariamente com a empresa de ônibus até o trabalho, em Taguaí.
O MPT quer saber sobre a responsabilidade das empresas no acidente. Além desta investigação, a Polícia Civil instaurou um inquérito para saber a causa da colisão, que ainda não foi esclarecida.
Camila Rosa Alves, delegada titular da Polícia Civil de Taquarituba (SP), é responsável pela investigação. Ela informou que a polícia tem duas linhas de investigação: falha nos freios ou tentativa de ultrapassagem em local proibido.
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Hipótese de falha nos freios
O motorista do ônibus se apresentou à Polícia Civil na sexta-feira (27) e relatou que invadiu a contramão da via para não atingir o veículo que estava mais lento à frente. Disse que não conseguiu evitar a batida e também sobre falha no freio do ônibus.
Os donos da empresa de ônibus, acompanhados de um advogado, também se apresentaram à Polícia Civil de Taguaí.
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Ao G1, o advogado Adail Oliveira contou que a confecção contratou o serviço de transporte; uma das funcionárias da empresa confirmou que o transporte dos funcionários era contratado pela empresa.
Questionada pela TV TEM, a empresa de jeans nega a versão e diz que o ônibus foi contratado pelos funcionários.
Em nota, a SSP informou que as investigações seguem em andamento pela delegacia de Taguaí. Foi realizada uma nova perícia nos sistemas de freio do ônibus envolvido nesta sexta-feira e na próxima segunda-feira (30) será realizada outra perícia no local do acidente.
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Cinco pessoas, entre elas três motoristas, uma vítima e uma testemunha, foram ouvidas e novos depoimentos serão colhidos nos próximos dias.
Ainda conforme a SSP, os laudos de exames necroscópicos e toxicológicos estão em andamento pela Equipe de Perícia Médico Legal (EPML) de Avaré e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial.
Fonte: G1 – Foto: Reprodução/GloboNews