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Projeção de futuro resort de luxo na ilha de Mamula, situada na Baía de Kotor, no mar Adriático (Divulgação)
O governo de Montenegro defendeu sua ideia de transformar um campo de concentração da Segunda Guerra Mundial em um resort de luxo — uma decisão que gerou críticas e fúria de familiares de ex-prisioneiros.
Embora seja datada do século 19, a fortaleza foi usada pelas forças fascistas italianas para prender opositores do regime de Benito Mussolini. Acredita-se que mais de cem pessoas foram assassinadas ou morreram de fome no local.
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O campo fica situado na ilha de Mamula, na região turística da Baía de Kotor, no mar Adriático.
“Nós estamos enfrentando duas opções: ou deixamos o local cair em pedaços ou encontramos investidores que estejam dispostos a restaurá-lo e torná-lo acessível a visitantes”, afirmou à AFP Olivera Brajovic, responsável pelo desenvolvimento do turismo no país balcânico.
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Estima-se que a companhia suíço-egípcia Orascom deve pagar cerca de US$ 16 milhões para administrar e restaurar a fortaleza, que deve contar com restaurantes, um spa e até boate.
“Nenhum campo de concentração do mundo foi transformado em um hotel de luxo”, criticou a ativista Olivera Doklestic, que teve avô, pai e tio presos na fortaleza de Mamula.
“Construir um hotel de luxo dedicado ao entretenimento em um lugar onde tantas pessoas passaram por perigos e sofreram é um exemplo de falta de seriedade em relação à história”, acrescentou.
Em comunicado, o escritório de design convidado para projetar o novo resort, Salt and Water, declarou que é de maior importância “manter a estrutura original da fortaleza intacta, dada seu grande valor histórico”.
Fonte: OperaMundi