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Uma modelo que diz ter sido sequestrada na Itália foi vista comprando sapatos com seu suposto sequestrador durante o período em que disse ter sido mantida em cativeiro, de acordo com documentos obtidos nesta terça (8) pela Associated Press.
Chloe Ayling inicialmente disse à polícia de Milão que foi mantida presa por seis dias, parte do tempo com suas mãos e pés algemados a um armário, até que um de seus sequestradores a libertou no consulado britânico de Milão em 17 de julho.
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Mas no segundo dia de interrogatórios, os detetives apresentaram a jovem de 20 anos a declaração de uma vendedora que diz ter vendido sapatos à modelo e ao principal suspeito de seu sequestro um dia antes de Ayling ter aparecido no consulado.
Chorando, a jovem disse aos investigadores que não poderia dar “uma explicação razoável” sobre porque omitiu a saída para fazer compras, mas disse que considerava o homem que a acompanhava sua melhor chance de obter liberdade.
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A prisão de um suspeito no suposto sequestro e a narrativa de Ayling sobre seu cativeiro ganharam a atenção da mídia internacional desde que detalhes sobre o caso surgiram no final de semana.
O principal suspeito, Lukasz Pawel Herba, a libertou no Consulado Britânico em Milão. Ele foi preso sob acusações de sequestro para extorquir dinheiro e falsificação de documentos e aguarda indiciamento.
A polícia disse que estava procurando por pelo menos quatro cúmplices.
Tanto o advogado italiano de Ayling quanto seu agente que a enviou à Itália criticaram na terça os céticos que expressaram dúvidas em relação à sua história. Ambos disseram que os incríveis detalhes foram confirmados por investigadores e procuradores.
“Posso garantir a todos que foi real e muito assustador para todos os envolvidos”, disse o agente Phil Green da Supermodel Agency.
O advogado, Francesco Pesce, disse que sua cliente foi ameaçada de morte durante o sequestro e decidiu que seria melhor colaborar com Herba.
“Ela realmente testemunhou que foi com seu sequestrador comprar sapatos e mantimentos, e isso realmente parece ser estranho. Eu entendo isso e continuarei a responder”, disse Pesce. “Ela ouviu deste homem que havia muita gente dessa organização ‘Black Death’ por perto dela, e que se ela tentasse fugir, iria morrer”, acrescentou.
Sequestro
Segundo as autoridades que cuidam do caso, tudo começou em 11 de julho deste ano, em Milão, no norte da Itália, para onde a modelo viajou após receber um convite para uma sessão de fotos.
Ao chegar ao estúdio, no centro da cidade, Ayling foi atacada por um homem que a segurou pelo pescoço e tapou sua boca, enquanto outro, vestindo uma máscara, injetou nela uma substância no braço.
“Acho que desmaiei. Quando acordei…me dei conta que estava no porta-malas de um carro, com minhas mãos e meus pés amarrados e minha boca tapada”, contou a modelo, segundo declarações dadas à polícia publicadas pelo jornal italiano “Corriere della Serra”.
As autoridades disseram que a modelo foi drogada com o sedativo quetamina, e, em seguida, levada a Borgial, no noroeste de Turim, a duas horas de carro de Milão.
A jovem permaneceu em um quarto durante seis dias, segundo as investigações.
De acordo com a BBC, os sequestradores teriam tentado leiloá-la pelo equivalente a R$ 940 mil na chamada dark web (internet obscura), que engloba servidores de rede difíceis de serem rastreados facilitando o comércio de armas e drogas.
O advogado de Ayling, Francesco Peschi, afirmou que a intenção era vendê-la como escrava sexual no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, os sequestradores exigiram do agente de Ayling o pagamento de um resgate.
Segundo as investigações da polícia italiana, eles trabalhavam para uma organização chamada “Black Death”, que no passado havia sido vinculado ao tráfico ilegal de pessoas na rede.
Fonte: G1