Mobilização na web ajuda família a identificar mulher que morreu atropelada por carreta em Itapetininga

Uma mobilização nas redes sociais ajudou uma família de Capão Bonito (SP) a reconhecer a mulher que morreu atropelada por uma carreta na tarde de segunda-feira (14), no centro de Itapetininga (SP).

A vítima foi identificada como Marinalva Rolim, de 46 anos, que era moradora de rua e trabalhava como catadora de recicláveis na cidade.

O sobrinho de Marinalva, Eric William Rolim de Proença, contou que a tia saiu de casa por causa de problemas com bebidas alcoólicas e que os familiares não tinham contato com ela havia cerca de dois anos.

“Ela tinha contato com a minha avó, mas foi diminuindo com o tempo e, há dois anos, a gente não sabia onde ela estava. Na segunda à noite, minha esposa estava mexendo no Facebook e viu sobre o acidente. Ela mostrou a foto para mim e eu falei: é minha tia”, conta Eric.

A postagem com a foto de Marinalva foi feita por um membro da Igreja Presbiteriana do Jardim Itália, em Itapetininga. Segundo a publicação, a mulher participava de um projeto da paróquia que atende moradores de rua.

“O pessoal da igreja deu apoio, foi muito importante a ajuda deles. Quero agradecer a todos os voluntários que ajudaram de coração. Se não fossem eles, a gente nunca iria saber e a Mara seria enterrada como indigente”, relata o sobrinho.

Depois de ver a postagem nas redes sociais, a família viajou até Itapetininga e reconheceu o corpo de Marinalva no Instituto Médico Legal (IML). Ela será enterrada nesta quarta-feira (16), em Capão Bonito.

“A moça da igreja disse que tentou várias vezes perguntar para ela onde estava a família, mas ela não queria contar, não sei se tinha vergonha. Nós até fomos para Itapeva procurá-la, mas não conseguimos encontrar.”

Acidente

O acidente aconteceu por volta das 17h, na Rua Padre Albuquerque. Segundo o boletim de ocorrência, o motorista da carreta contou que estava trafegando regularmente pela via pública, seguindo o fluxo do trânsito com um ônibus à frente, quando percebeu que havia atingido algo.

O caminhoneiro disse aos policiais que, na sequência, moradores começaram a bater no vidro do veículo pedindo para que parasse, e ele percebeu que havia atropelado uma mulher.

De acordo com o sobrinho de Marinalva, a vítima estava caminhando com o companheiro dela e com o carrinho de recicláveis quando foi atropelada.

“Um rapaz que morava com ela havia quatro anos na rua estava junto com ela na hora. Parece que o caminhão passou no sinal vermelho e todo mundo entrou na frente para parar, mas demorou. O rapaz disse que foi muito rápido e que, na hora que ele viu, ela já estava embaixo da roda”, lembra Eric.

Um boletim de ocorrência foi registrado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, e as causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Fonte: G1