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Uma misteriosa “síndrome de Havana” que causaria fortes dores de cabeça, náusea e possíveis danos cerebrais a diplomatas americanos está convencendo muitos funcionários de que estão sob um contínuo “ataque” com armas eletrônicas.
Na terça-feira (24), a vice-presidente Kamala Harris adiou uma viagem ao Vietnã por algumas horas depois que a embaixada em Hanói relatou um possível caso de “incidentes acústicos” no local, levantando preocupações de que teria sido alvo de um “ataque”.
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Harris enfim seguiu para Hanói e o Departamento de Estado disse que está investigando um caso de “incidente anômalo de saúde” (AHI, na sigla em inglês).
Trata-se do mais recente de dezenas de casos similares relatados por diplomatas americanos e por funcionários de Inteligência dos Estados Unidos desde 2016. O primeiro foi em Cuba, depois na China, Alemanha, Austrália, Taiwan e Washington.
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O governo cubano investigou o assunto e rejeitou, repetidamente, como mera desinformação as versões de Washington, que nunca apresentou provas dos supostos “ataques”.
Em um tuíte na terça-feira (24), a vice-diretora-geral do Ministério das Relações Exteriores de Cuba para os Estados Unidos, Johana Tablada, afirmou que o mero termo “síndrome de Havana” responde a algo “inventado sem evidências”.
Em julho, a revista americana The New Yorker relatou que foram constatadas dezenas de casos entre funcionários americanos em Viena desde o início de 2021.
O Departamento de Estado alertou seus milhares de diplomatas sobre a “ameaça”, ao mesmo tempo em que submete a exames médicos aqueles que partem em missão, como forma de verificar qualquer efeito de eventos futuros similares.
O número exato de incidentes deste tipo entre funcionários americanos não foi divulgado.
Após o incidente em Hanói, o ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) Marc Polymeropoulos, vítima dessa “síndrome” em Moscou, em 2017, afirmou que o número de ataques parece estar crescendo.
“Parece-me que nossos adversários estão enviando uma mensagem clara de que são capazes de alcançar não apenas nossos oficiais de Inteligência, diplomatas e oficiais militares”, alertou Polymeropoulos, ao Cipher Brief Open Source Report, na quarta-feira. “É um aviso de que podem alcançar nossas principais líderes”.
Em alguns casos, os afetados relataram ter ouvido sons que causaram-lhes náuseas. Em outros, sangramento nasal, dores de cabeça e outros sintomas.
As causas desses incidentes são desconhecidas, e algumas teorias sugerem que eles foram causados por uma arma que usa micro-ondas, ultrassom, ou por veneno.
No final de 2020, a Academia Nacional de Ciências estudou os casos e concluiu que se trata de um conjunto de sintomas específicos, distinto de qualquer outro conhecido.
O relatório indicou que existem variações entre os casos conhecidos e que nem todos estão ligados à percepção de um som direto e profundo. O informe atribui o problema a micro-ondas. Em março, a CIA criou uma força-tarefa para estudar o assunto.
Fonte: Yahoo!