Anúncios
O segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues (foto) é o militar que foi preso na manhã de terça-feira pela polícia espanhola, no aeroporto de Sevilha, suspeito de tráfico de drogas. Ele era tripulante do voo que transportava a equipe avançada de transporte que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Ele foi flagrado com 39 quilos de cocaína divididos em 37 pacotes em sua mala, disse à AFP uma porta-voz da força policial sevilhana. O GLOBO confirmou com fontes do governo brasileiro que ele deixou o país ontem.
O salário dele bruto é de R$ 7.298,10 e está lotado no Comando da Aeronáutica. Em março, ele também fez uma viagem como comissário do escalão avançado da presidência da República. No dia 29 de março, ele saiu com a equipe de Brasília rumo a São Paulo e fez ainda fez uma escala em Vitória, no Espírito Santo, antes de retornar a Brasília. O sargento também viajou com Bolsonaro em fevereiro quando o presidente esteve na capital paulista para exames. A viagem ocorreu em 27 de fevereiro.
Anúncios
Integrante do Grupo de Transporte Especial (GTE), baseado em Brasília, ele esteve ainda em outras viagens internacionais com integrantes do governo. Em novembro de 2011, o sargento foi um dos três militares que integraram uma missão de apoiar o Comandante da Aeronáutica em uma viagem de dois dias para Buenos Aires, na Argentina. Em março de 2012, ele foi designado para uma viagem de seis dias a Santiago, no Chile, também em apoio ao Comandante da Aeronáutica. No Portal da Transparência da Presidência, é possível verificar que o militar já recebeu R$ 17.292,14 em diárias de viagens nacionais entre 2014 e 2019. Em 11 ocasiões, entre 2017 e este ano, a unidade orçamentária pagadora é a Presidência da República.
Também no Portal da Transparência, são relacionadas 28 viagens nacionais de Silva Rodrigues a destinos como Recife, Rio, São Paulo, Maceió, etc.
Anúncios
Procurada, a Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não se manifestou. Ontem, sem divulgar o nome do militar, a FAB informou que os fatos estavam sendo apurados e que foi determinada a instauração do Inquérito Policial Militar (IPM). Pelo Código Penal Militar (CPM), a condenação por tráfico de drogas tem pena de reclusão de até cinco anos.
“O Comando da Aeronáutica reitera que repudia condutas dessa natureza, reforça o compromisso com o rigor das investigações e ressalta que dará prioridade na apuração e elucidação do caso, bem como colabora com as autoridades”, dizia a nota publicada ontem.
O segundo-sargento foi preso na manhã de terça-feira pela polícia espanhola , no aeroporto de Sevilha, suspeito de tráfico de drogas. Ele foi flagrado com 39 quilos de cocaína divididos em 37 pacotes em sua bagagem.
A comitiva de apoio à equipe presidencial fez escala em Sevilha antes de seguir para o Japão, onde o chefe do Planalto participará da cúpula de líderes do G20. O avião presidencial faria escala na mesma cidade espanhola antes de seguir para o Japão, mas, após a prisão do militar, seguiu para Portugal.
Apresentado em um tribunal nesta quarta-feira, Silva Rodrigues foi colocado em detenção provisória. Na noite desta terça-feira, Bolsonaro disse, nas redes sociais, que determinou que o Ministério da Defesa colabore com as investigações da Polícia da Espanha.
Fonte: Extra