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Milhares de pessoas saíram às ruas na França nesta quinta-feira (29) para protestar contra o custo de vida e contra uma impopular reforma previdenciária, que o governo do presidente Emmanuel Macron adiou por várias semanas para buscar um acordo.
Os sindicatos CGT, FSU e Solidaires convocaram um dia de manifestação para exigir um aumento salarial e alertar que as pessoas “não querem trabalhar por mais tempo”, nas palavras do líder da CGT, Philippe Martinez.
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Cerca de 40.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram da manifestação em Paris, embora os protestos também tenham atingido outros pontos como Marselha, Nantes…
O aumento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos é uma das reformas emblemáticas que o presidente liberal quer aplicar, depois de a pandemia o ter obrigado a recuar numa primeira tentativa durante o seu primeiro mandato.
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Os sindicatos, que paralisaram o transporte francês em 2020 com seus apelos à greve, já manifestaram sua oposição à reforma, assim como a oposição de esquerda, que denuncia a forma como Macron quer levá-la adiante.
A primeira-ministra Élisabeth Borne disse à AFP na quinta-feira que o governo abrirá um novo ciclo de diálogo com as forças políticas e sociais para adotar a lei “antes do inverno”.
Seu objetivo é a implementação gradual da reforma a partir de meados de 2023 e até 2031, quando a idade de aposentadoria já for de 65 anos.
“Não queremos negociar o aumento da idade de aposentadoria”, alertou Martinez, que questionou a mão estendida do Executivo. “Se é para nos dizer que é isso que querem e agora temos que fazer o que dizem, não ficaremos na mesa por muito tempo”.
O ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, chegou a alertar que Macron está disposto a dissolver a Assembleia (câmara baixa), onde não tem maioria absoluta desde junho, se for aprovada uma moção de censura para impedir a reforma.
“Se toda a oposição se unir para adotar uma moção de censura e derrubar o governo, [Macron] deixará para os franceses decidir qual nova maioria eles querem”, disse Dusopt no canal LCI.
Num contexto de inflação (+5,9% em agosto) devido ao aumento dos preços da energia e dos alimentos em consequência da guerra na Ucrânia, os manifestantes exigiram também um aumento salarial.
Fonte: Yahoo!