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Milhares de criaturas marinhas azuis brilhantes, conhecidas como Velella velella — ou “velejadoras do vento” — apareceram em massa na costa da Califórnia (EUA), entre abril e maio, cobrindo a areia das praias com um ‘tapete’ natural tão deslumbrante quanto preocupante. O fenômeno tem rendido imagens impressionantes nas redes sociais e reacendeu discussões sobre mudanças climáticas e o equilíbrio dos ecossistemas marinhos.
“Pareciam diamantes azuis espalhados pela praia. Como gemas, de tão brilhantes!”, descreveu a fotógrafa Emily Scher em entrevista à agência NPR. Moradora de Malibu, Scher se deparou com dezenas de milhares de Velella durante um passeio de bicicleta ao pôr do sol, e capturou imagens que rapidamente viralizaram.
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As Velella velella são pequenas colônias flutuantes de organismos marinhos, com até 10 centímetros de comprimento, que navegam sobre o oceano graças a uma “vela” translúcida em forma triangular. Suas bases gelatinosas variam do azul ao roxo profundo. Apesar da aparência exótica e de serem parentes distantes da temida caravela-portuguesa, são praticamente inofensivas aos humanos. “Pode causar coceira se esfregar nos olhos, mas nada comparado à caravela. Ainda assim, é bom evitar contato com o rosto após manuseá-las,” explicou o biólogo Matthew Bracken, da Universidade da Califórnia, em Irvine.
Bracken esclarece que esse tipo de encalhe em massa é comum na primavera, quando os ventos costeiros mudam de direção. “É quase como uma onda que começa no norte e vai descendo conforme os ventos mudam para um padrão mais voltado para o litoral”, disse. Sem capacidade de nadar, as Velella são levadas pelas correntes até ficarem presas na areia, onde rapidamente perdem sua cor vibrante e se transformam em pequenos fragmentos secos.
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No entanto, o que poderia ser apenas um fenômeno sazonal levanta suspeitas mais preocupantes. Pesquisas recentes indicam uma possível correlação entre a frequência desses encalhes e o aumento das temperaturas das águas superficiais do mar. “Quando olhamos os registros de décadas, há indícios de que esses eventos aumentam em anos mais quentes”, apontou Bracken.

Fonte: Um Só Planeta