29 março, 2024

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Migrantes haitianos recuperam a esperança no México

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O México é uma luz no fim do túnel para os cerca de 300 migrantes haitianos que permanecem na fronteira com os Estados Unidos depois que o governo deste país se recusou a recebê-los.

“Na verdade, queremos agradecer ao governo mexicano por tudo o que tem feito”, diz Ilfrid Alcide, de 26 anos, que, assim como os outros haitianos, quer aproveitar a oportunidade para ficar no México.

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O sonho de chegar aos Estados Unidos acabou, mas agora eles estão animados e até sorridentes, enquanto limpam e organizam suas coisas em um abrigo fornecido pelo governo de Ciudad Acuña (Coahuila, norte), onde vão ficar nos próximos dias, enquanto resolvem sua situação migratória.

A cena é o epílogo de uma semana que atraiu os olhares mundiais para a ponte internacional que liga Ciudad Acuña a Del Río, nos Estados Unidos, onde cerca de 15.000 haitianos acamparam dos dois lados da fronteira com o México para pedir desesperadamente asilo em território norte-americano.

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Repressão e deportações em massa levaram centenas deles a permanecer do lado mexicano, em um parque na margem do rio Bravo, onde ficaram expostos ao forte calor do dia, noites frias e outras penúrias.

“A maioria de nós já estava doente pelas condições como estávamos vivendo lá”, diz Alcide, com ares de líder do coletivo.

Ele foi um dos mais firmes na hora de pedir garantias às autoridades mexicanas quando ofereceram para realocá-los um dia depois de terem lhes dito que deviam voltar a Tapachula, na fronteira sul do México.

“[Senti] Muito medo (…) As autoridades tinham palavras diferente”, lembra. “Não queríamos acreditar em nenhum deles, por isso duvidávamos muito”.

A crise culminou na sexta-feira quando os haitianos dos dois lados da fronteira se retiraram.

Depois do desenlace, autoridades mexicanas reabriram na tarde deste sábado a passagem pela ponte internacional entre Acuña e Del Río, constatou a AFP.

Adaptação

Tapachula, cerca de 2.500 km ao sul de Ciudad Acuña, é descrita pelos haitianos como “um inferno”, saturada por dezenas de milhares de centro-americanos e seus compatriotas, que sobrevivem a duras penas entre a falta de trabalho e trâmites migratórios estagnados.

Assim que se chega ao abrigo de Ciudad Acuña vê-se vários haitianos varrendo e jogando água no amplo pátio do recinto para remediar o ambiente empoeirado.

Dos lados do pátio, vários deles se reúnem ao redor de mesas onde podem pegar roupas doadas, alimentos enlatados e produtos de higiene como xampu e desodorante. Várias crianças correm e brincam ao redor.

Há uma fila na área de atendimento médico, onde pelo menos uns 20 profissionais oferecem consultas e lhes dão produtos diversos, de analgésicos e outros remédios essenciais a preservativos e escovas de dentes.

“É gente jovem e não tem doenças graves até o que pude notar até agora”, diz Luz María Rizo, médica de saúde pública, sobre o estado de saúde dos haitianos.

Por enquanto não foram detectados casos de covid-19 no grupo, mas se ocorrer, as pessoas contagiadas serão enviadas a locais preparados pela prefeitura para fazer quarentena, diz Adriana Macías, epidemiologista de Ciudad Acuña.

“A intenção agora é oferecer-lhes consulta médica em geral e também detectar se alguma destas pessoas que vêm de fora tem alguma doença infecto-contagiosa”, acrescenta.

“Documento na mão”

Ernso Nepius, de 33 anos, se diz satisfeito com o funcionamento do novo abrigo, que livrou seu filho pequeno dos incômodos e das picadas de mosquitos no parque onde acampavam.

“Está muito bom, trazem as roupas, todas as coisas. Gostei, está muito tranquilo”, diz.

O tema central para os haitianos continua sendo regularizar sua estadia no México, um procedimento que pode começar neste domingo ou na segunda-feira com a chegada do pessoal de Migração e da Comissão Mexicana de Ajuda ao Refugiado (COMAR), segundo foram informados.

“Não vejo necessidade de ir aos Estados Unidos agora, o que nós queremos é ficar aqui, que possamos regularizar nossos documentos e procurar trabalho e ter a oportunidade de viver com nossas famílias”, insiste Alcide.

Perguntado se se sente 100% seguro de ter resolvido a situação, o haitiano diz que ainda não.

“Enquanto eu não tiver um documento na mão que diga que posso circular, 100% não, mas estamos 80% seguros”, diz Alcide.

Fonte: Yahoo!

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