19 de novembro, 2024

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México vai aderir a plano ambicioso dos EUA para produzir semicondutores

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O México irá aderir a um plano dos Estados Unidos para desenvolver a indústria de semicondutores, que prevê um investimento milionário, anunciaram nesta segunda-feira (12) os dois governos durante a visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao país vizinho.

“O México aceita as ofertas que os Estados Unidos nos fizeram muito generosamente”, disse o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, em coletiva de imprensa com Blinken, ao fim de uma reunião do Diálogo Econômico de Alto Nível entre os dois países.

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Ebrard se referia a um convite que Blinken fez anteriormente ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, para participar de um programa do presidente dos EUA, Joe Biden. “Reunião produtiva e amigável”, destacou o governante mexicano no Twitter.

Em 9 de agosto, Biden assinou um pacote de 52 bilhões de dólares para promover o desenvolvimento e produção de semicondutores nos Estados Unidos por meio de subsídios, pesquisa e desenvolvimento, temendo que a China dominasse o setor.

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Blinken disse que o objetivo é “desenvolver uma cadeia de suprimentos muito mais resiliente para semicondutores”, na qual atuarão empresas como a gigante de tecnologia Intel.

Segundo o secretário de Estado, a iniciativa inclui “pesquisa, projeto, montagem” e fabricação de dispositivos no México.

A demanda global por semicondutores disparou durante a pandemia, provocando uma escassez mundial que atingiu duramente os Estados Unidos e foi agravada pelo fechamento de fábricas chinesas devido à covid-19.

Para Biden, o desenvolvimento de semicondutores é “a concorrência econômica do século XXI”.

A aposta do lítio

Durante a reunião com Blinken, López Obrador expôs seu plano para a exploração do lítio, mineral-chave na fabricação de carros elétricos e novas tecnologias, comentou Ebrard.

Em abril, o México nacionalizou esse setor, ainda incipiente, embora o governo garanta que há importantes reservas no estado de Sonora, na fronteira noroeste com os Estados Unidos.

Após essa decisão do Congresso, promovida por López Obrador, o presidente esquerdista anunciou no fim de agosto que abrirá a exploração desse mineral a investidores privados e que já havia avançado em conversas com Biden. Os presidentes se encontraram em Washington em julho.

No México, estão várias das principais fábricas de automóveis, como Ford e Volkswagen, que abastecem o mercado norte-americano e precisam desses componentes para produzir veículos cada vez mais tecnológicos.

De acordo com Ebrard, a participação do México no desenvolvimento de semicondutores permitiria ao país “crescer o dobro do que cresce hoje” e reduzir a pobreza, que atinge quase metade dos 126 milhões de mexicanos.

A secretária de Economia mexicana, Tatiana Clouthier, declarou por sua vez que o envolvimento do México poderia se estender à área de pesquisas.

Baixou o tom

López Obrador e Blinken também falaram muito brevemente sobre as reformas do governo mexicano no setor energético, que geraram uma disputa em julho no âmbito do acordo de livre-comércio T-MEC com os EUA e o Canadá. Blinken reiterou que essa questão será resolvida no mecanismo de solução de controvérsias do tratado.

Essas disputas fazem parte de “qualquer relação comercial, mesmo entre os parceiros mais próximos”, disse o chefe da diplomacia americana.

López Obrador considera que as reivindicações, principalmente as de Washington, são injustificadas, e rejeita que governos estrangeiros opinem sobre suas leis nacionais. Mas pouco antes de receber Blinken, ele baixou o tom, observando que o fazia em reciprocidade a um gesto semelhante de Biden, que, recentemente, enviou-lhe uma carta. “É por isso que não faz sentido continuar incentivando diferenças”, explicou.

Blinken também agradeceu ao México por seu apoio na luta contra o tráfico de fentanil, uma poderosa droga sintética, e na gestão da crescente migração irregular. Autoridades de ambos os países se reunirão em outubro em Washington para tratar do combate ao tráfico de drogas e à violência.

O México entrou com uma ação no ano passado contra os maiores fabricantes de armas dos EUA, a quem acusa de “negligência”, para evitar que caiam nas mãos de criminosos.

Durante uma visita de Blinken ao México em 2021, a Iniciativa Mérida, o marco legal dessa cooperação, foi encerrada, para dar lugar a uma abordagem focada em abordar as causas do narcotráfico, segundo os dois governos.

Fonte: Yahoo!

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