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Centenas de manifestantes grafitaram nesta quarta-feira (21) a Embaixada de Israel no México para exigir que o país extradite um ex-funcionário mexicano investigado pelo desaparecimento de 43 estudantes em 2014.
“Zerón, ao paredão!”, dizia um dos grafites na fachada do prédio, em referência a Tomás Zerón, chefe da Agência de Investigação Criminal no governo de Enrique Peña Nieto (2012-2018).
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O México pediu a Israel que entregue Zerón, que fugiu para esse país e teria ordenado a manipulação das investigações do desaparecimento de estudantes de Ayotzinapa, estado de Guerrero, segundo uma comissão criada pelo atual governo para apurar o caso.
“Israel, o México o ajudou quando Hitler o exterminava. Entregue já seu assassino Zerón”, pedia uma faixa carregada por familiares de uma das vítimas no protesto, que reuniu cerca de 500 pessoas.
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Além de pintar a fachada, encapuzados desmontaram duas câmeras de segurança da missão diplomática, em cujos arredores não havia presença policial.
“Israel está protegendo Tomás Zerón, um violador de direitos humanos que torturou os detidos na época para construir a ‘verdade histórica'”, disse à AFP Melitón Ortega, que integra um comitê que reúne os pais dos estudantes.
Vários presos
A “verdade histórica” foi o nome com que se batizou a contestada investigação do governo anterior, que não indicou a participação de militares nos fatos, diferente das informações da comissão criada pelo presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador.
O grupo divulgou em 18 de agosto seu relatório final, que garante que autoridades civis e militares, em conluio com traficantes de drogas, atuaram no que chamou de um “crime de Estado”.
Após a publicação desse documento, foi capturado o ex-procurador-geral Jesús Murillo Karam, a quem é atribuída a autoria intelectual da “verdade histórica”. Ele responde na esfera criminal por desaparecimento forçado, tortura e crimes contra a administração da justiça.
Zerón, por sua vez, enfrenta acusações de sequestro, tortura e manipulação de evidências.
Além de Murillo, já foram presos três militares, entre eles o general José Rodríguez Pérez, comandante de um batalhão em Iguala (Guerrero) na época dos eventos, enquanto López Obrador insiste que Israel entregue Zerón.
Os estudantes desapareceram entre 26 e 27 de setembro de 2014, quando tentavam se apoderar de ônibus em Iguala para viajar até a Cidade do México e participar de manifestações.
Eles foram detidos por policiais ligados a narcotraficantes do cartel Guerreros Unidos, que teriam os assassinado ao confundi-los com membros de uma gangue rival.
Até o momento, só foram identificados os corpos de três vítimas.
Fonte: Yahoo!