20 abril, 2024

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México e EUA abrem nova etapa de sua luta contra as drogas

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México e Estados Unidos abriram nesta sexta-feira uma nova etapa da sua cooperação em matéria de segurança, com foco em atacar as causas do narcotráfico e a imigração ilegal, após o fracasso de uma ofensiva militar antidrogas lançada há 13 anos.

O novo marco, que substitui a Iniciativa Mérida, foi colocado em prática durante a visita do secretário de Estado Antony Blinken à Cidade do México, nesta sexta-feira. “Depois de 13 anos da Iniciativa Mérida, é hora de uma nova abordagem para a nossa cooperação em segurança”, disse Blinken durante o primeiro Diálogo de Segurança de Alto Nível.

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O presidente Andrés Manuel López Obrador, que recebeu o secretário no palácio do governo, havia dado como morta a estratégia anterior. “Adeus ao Plano Mérida, bem-vindo Entendimento Bicentenário”, declarou, por sua vez, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard.

Em entrevista coletiva, Blinken reconheceu que a cooperação no passado “apoiou-se muito nas forças de segurança”. Por isso, um dos três pilares do plano será gerar “oportunidades econômicas em comunidades e regiões desatendidas”, explicou.

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Os outros objetivos são o controle do crime transfronteiriço, com ênfase no tráfico de armas para o México, e a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento de organizações criminosas. “Também temos que erradicar a impunidade e responsabilizar os violadores de direitos humanos”, destacou o secretário.

Atacar a raiz

No cargo desde 2018, López Obrador pede investimentos em comunidades carentes expostas ao crime no México e na América Central, uma política que também seria uma forma de conter a crescente migração em condição ilegal para os Estados Unidos através do seu país.

Um total de 652 migrantes centro-americanos, incluindo dezenas de menores que viajavam sozinhos, foram detidos na noite de ontem no estado mexicano de Tamaulipas, fronteira com os Estados Unidos.

“A única solução é atacar as causas fundamentais” da imigração ilegal, afirmou Blinken, que defendeu um fluxo “seguro, ordenado e humano”, com perspectiva regional.

Mais de 7.500 haitianos foram expulsos em menos de três semanas por autoridades americanas, informou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Já o México deportou cerca de 54.000 migrantes este ano, de acordo com a ONG Humans Rights Watch (HRW).

“A viagem é arriscada e você não terá sucesso em entrar. Estamos trabalhando para que as pessoas entendam isso e garantindo que as mesmas sejam tratadas com dignidade, destacou Blinken. O secretário reiterou a oferta feita por Washington de investir US$ 4 bilhões em Guatemala, Honduras e El Salvador, e no sul do México.

Mais do que capturas

No âmbito da Iniciativa Mérida, Washington desembolsou US$ 3,3 bilhões em assistência militar e serviços de consultoria. Mas López Obrador assegura que o plano apenas fez a violência disparar. Desde 2006, o México, país de 126 milhões de habitantes, acumula mais de 300.000 assassinatos, a maioria atribuídos ao crime organizado, e cerca de 90.000 desaparecidos.

Para explicar as diferenças em relação à Iniciativa Mérida, o chanceler mexicano informou que, agora, “o sucesso não será medido pela captura de um chefe, em sim pela redução dos homicídios no México e do consumo de drogas”.

No começo de agosto, o governo mexicano processou nove grandes fabricantes e dois distribuidores de armas por comércio “negligente e ilícito” que incentiva o tráfico de drogas e a violência em seu território. O México afirma que entre 70% e 90% das armas ilegais apreendidas são procedentes dos Estados Unidos.

A queda de chefões como Joaquín “El Chapo” Guzmán provocou a fragmentação dos maiores cartéis em múltiplas quadrilhas, que dependem agora de uma “carteira criminosa mais diversa”, destaca o centro de pesquisas Insight Crime.

O crime organizado já não aproveita apenas os mais de 3.000 km de fronteira para fornecer drogas ao maior mercado consumidor do mundo, mas também está envolvido em uma ampla gama de crimes, entre eles o tráfico de pessoas.

Os esforços conjuntos foram afetados pela pandemia da covid-19 e por episódios como a captura nos Estados Unidos, em outubro de 2020, do general Salvador Cienfuegos, ex-ministro da Defesa mexicano, por supostos vínculos com o tráfico de drogas.

Após um acordo incomum, Washington deportou Cienfuegos ao México e entregou supostas provas contra ele para um eventual julgamento, mas o Ministério Público mexicano as indeferiu em meio às acusações de López Obrador de que a DEA (na sigla em inglês) havia fabricado as provas.

Posteriormente, o governo promoveu uma reforma que limitou a atuação de agentes estrangeiros no México. O tom da visita de Blinken, no entanto, foi de camaradagem.

Fonte: Yahoo!

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