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O Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu está realizando em conjunto com outras entidades campanha contra a venda da Embraer para a norte americana Boeing. Um encontro entre dirigentes dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Araraquara, definiu uma campanha de mobilização contra a venda. A campanha está sendo feita nas bases onde a Embraer tem produção e escritórios, alem de visitas a deputados federais, estaduais, prefeitos e lideranças comunitárias.
De acordo com o entendimento da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e da base do sindicato na empresa, a venda é prejudicial aos interesses estratégicos de defesa e tecnologia do Brasil e, sobretudo leva a desnacionalização da indústria e do emprego.
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“Até o momento ninguém falou da preservação dos empregos no Brasil. Em Botucatu estamos preocupados com cerca de mil e quatrocentos empregos diretos e outros trezentos em empresas fornecedoras de peças e equipamentos. Somos mais de 18 mil trabalhadores no Brasil. A Boeing já anunciou, por exemplo, assim que for fechado o negócio tendo como base entre 80 e 90% do controle da Embraer, a sede vai ser transferida para Chicago, nos Estados Unidos”, afirmou Roque Fabiano, diretor de base do Sindicato dos Metalúrgicos na Embraer.
Roque vem ressaltando nas entrevistas que a venda da Embraer pode provocar demissão em massa em unidades da empresa em Botucatu. “O eventual fechamento da Embraer em Botucatu estará colocando um ponto final em uma atividade que os metalúrgicos de Botucatu exercem desde a década de 1950, quando se instalou em Botucatu a primeira fabricante de aviões, a Indústria Aeronáutica Neiva, absorvida pela Embraer. A historia dos trabalhadores metalúrgicos em Botucatu se conta com a historia da industria aeronáutica brasileira, como é o caso dos companheiros em São José dos Campos”.
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A negociação envolvendo a Embraer e a Boeing foi divulgada de maneira estranha. Ardilosamente o assunto ganhou dimensão mundial, depois que um jornal de economia americano teve acesso às negociações, antes mesmo de o Governo Brasileiro ter sido informado. O Governo do Brasil tem presença na diretoria da empresa de interesse estratégico nacional, mantendo uma ‘Golden-Share’, que permite vetar ou aprovar encaminhamentos importantes da empresa.
Um encontro em janeiro, reunindo lideranças vinculadas a centrais sindicais como Força Sindical (Botucatu), CSP-Conlutas (São José dos Campos) e Araraquara (CUT), lançou um manifesto unificando onde se posicionam contra a venda da empresa, preservando os empregos, o interesse estratégico nacional e corrigindo distorções.
No manifesto lançado pelos sindicatos, é destacado que as empresas não esclareceram os termos reais da negociação de venda e salienta que todos os contratos possíveis de serem assinados, nenhum é favorável ao interesse nacional, aos trabalhadores e aos fornecedores.
“A maioria dos trabalhadores da Embraer em fábricas espalhadas pelo Brasil, estão preocupados com a venda e sob pressão das chefias que estão tentando passar a ideia de que a venda é boa para a empresa e para o Brasil. Felizmente a maioria é contrária”, situou Roque Fabiano, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu