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Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner, que apoia a Rússia na guerra, se desentendeu com o governo do país nesta sexta-feira (23), o que levou parte dos combatentes da organização a se mobilizar. As autoridades russas disseram que irão investigar o líder do grupo, que é aliado de Vladimir Putin, por instigar um motim.
Mais cedo, Prigozhin acusou o próprio Ministério de Defesa da Rússia de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliação. Segundo ele, uma enorme quantidade de combatentes do grupo teria morrido.
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“Aqueles que destruíram nossos rapazes serão punidos. Peço que ninguém ofereça resistência. Somos 25 mil e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país”, disse o chefe do grupo Wagner. “Este não é um golpe militar. É uma marcha por justiça. Nossas ações não interferem de forma alguma nas tropas.”
O Ministério da Defesa emitiu rapidamente um comunicado no qual afirma que as acusações de Prigozhin “não correspondem à realidade e são uma provocação informativa”. Segundo as autoridades, o presidente do país, Vladimir Putin, está ciente da situação e todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.
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A FSB, um dos serviços de segurança da Rússia, abriu um caso criminal contra Prigozhin. Ele é acusado de instigar um motim (um levante contra a autoridade militar), crime punível com até 20 anos de prisão no país.
O procurador-geral da Rússia disse que Prigozhin está sendo investigado por “suspeita de organizar uma rebelião armada”.
Por volta das 20h desta sexta, no horário de Brasília, Prigozhin afirmou que o grupo havia atravessado a fronteira da Ucrânia sentido Rússia. Ele disse que seus homens vão destruir qualquer um que ficar no caminho.
Mercenários se mobilizam
As declarações de Prigozhin levaram parte dos mercenários a se mobilizar nas ruas do país. A segurança de Moscou foi reforçada após a movimentação nas ruas aumentar.
O vice-comandante da campanha russa na Ucrânia, general Sergei Surovikin, pediu que os milicianos retornassem às suas bases e apoiassem o governo russo. “Peço que parem”, disse ele em postagem nas redes sociais. “O inimigo está apenas esperando que a situação política interna piore em nosso país.”
A FSB também se pronunciou: “Pedimos aos combatentes do grupo Wagner para que não cometam um erro irreparável, parem quaisquer ações enérgicas contra o povo russo, não cumpram as ordens criminosas e traiçoeiras de Prigozhin e tomem medidas para detê-lo”.
Mais acusações de Prigozhin
No início do dia, Prigozhin disse que o governo russo se baseou em mentiras inventadas pelos altos escalões do exército para invadir a Ucrânia.
Prigozhin, cujos discursos frequentes nas mídias sociais desmentem seu papel limitado na guerra como chefe da companhia militar privada Wagner, há meses acusa abertamente o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o principal general da Rússia, Valery Gerasimov, de incompetência.
“A guerra era necessária para que [o ministro da Defesa, Sergei] Shoigu pudesse se tornar um marechal, para que ele pudesse obter uma segunda medalha de ‘Herói’ [da Rússia]”, disse Prigozhin em outra mensagem de áudio. “A guerra não era necessária para desmilitarizar ou desnazificar a Ucrânia [como o governo dizia].”
Mais tarde, Prigozhin reiterou o fato de que o governo da Rússia estava mentindo e escondendo fatos da população. “O ministro da Defesa ordenou que 2 mil corpos que estão sendo armazenados sejam escondidos para não mostrar as perdas”, afirmou.
Fonte: Agências