05 de dezembro, 2024

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Menino torturado em Campinas era alimentado com casca de fruta; Conselho Tutelar relata denúncia desde 2020

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Policiais que resgataram o menino de 11 anos que era torturado pelo pai em um barril, em Campinas (SP), relataram que ele era alimentado com casca de banana. A criança foi encontrada com as mãos e pés acorrentados dentro de um barril de ferro neste sábado (30). O Conselho Tutelar já acompanhava o caso há, pelo menos, um ano e e vai apurar se houve falha.

A Polícia Militar foi ao local após denúncia de vizinhos e três pessoas foram presas suspeitas pelo crime de tortura, o pai do menino, a namorada dele e a filha desta mulher. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Jardim Londres.

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Criança era mantida amarrada em barril pelo pai em Campinas — Foto: Reprodução/Rede Globo

Criança era mantida amarrada em barril pelo pai em Campinas — Foto: Reprodução/Rede Globo

O menino estava nu, dentro de um tambor de metal fechado com uma pia pesada. O vídeo do momento em que ele é encontrado mostra que a criança mal conseguia se mexer quando foi encontrada. Ele tinha a cintura, pés e mãos acorrentados.

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O menino estava há quase cinco dias sem comer, segundo a polícia.

“Colocavam pra ele casca de banana, fubá cru”, relata o cabo Rodrigo Carlos da Silva.

O delegado acredita que ele estava acorrentado dentro do barril há um mês.

“Desde o começo de janeiro já estava sendo preso no tambor. Ele teria que ficar em pé nessa amarração, que era feita com os braços presos em cima do tambor”, relata Daniel Vida da Silva.

Área onde criança era mantida, em Campinas — Foto: Polícia Militar

Área onde criança era mantida, em Campinas — Foto: Polícia Militar

Ainda segundo a Polícia Civil, o pai disse em depoimento que o filho é muito agitado, agressivo e fugia de casa. Ele alegou que fez isso para educar o menino.

Caso já tinha sido denunciado

Os vizinhos disseram ainda que os maus-tratos à criança já ocorriam há anos, e apesar das denúncias ao Conselho Tutelar, o sofrimento do menino não parou.

O Conselho Tutelar admitiu que já acompanhava denúncias de maus-tratos à criança há pelo menos 1 ano e vai apurar se houve falha.

“A gente tinha conhecimento da vulnerabilidade da família, e por isso havia uma rede de apoio acompanhando, serviço social e saúde. Em nenhum momento dos relatórios do serviço que acompanhavam, chegou tamanha violência”, explicou o conselheiro, Moisés Sezion.

Sofrimento e castigo

Segundo a PM, o menino era mantido em pé no espaço onde também fazia necessidades fisiológicas. O local era coberto por uma telha e havia uma pia de mármore por cima para impedir a saída dele.

A corporação diz que foi acionada após moradores da região perceberam que o garoto havia deixado de ir para a escola e de brincar com outras crianças do bairro. Os policiais contam que entraram na casa após autorização da jovem de 22 anos, que é filha da namorada do pai do menino.

Criança foi resgatada após sofrer tortura em Campinas, diz PM — Foto: Polícia Militar

Criança foi resgatada após sofrer tortura em Campinas, diz PM — Foto: Polícia Militar

No local, diz a PM, o menino estava nu, debilitado e apresentava sinais de desnutrição. Ele ficava impossibilitado de sentar ou agachar e, com isso, também apresentava pernas inchadas.

Os policiais usaram um corta-fios para remover as correntes e ele foi socorrido por uma equipe do Samu ao Hospital Ouro Verde, onde permanecia internado até este domingo e sob a tutela de uma tia paterna.

Pai pode responder por tortura

A Polícia Civil considerou que o homem aplicou violência e grave ameaça que provocaram intenso sofrimento físico e mental; enquanto que a namorada dele, uma faxineira de 39 anos, e a filha dela, que atua como vendedora, se omitiram e nada fizeram para evitar os resultados.

O delegado de plantão determinou a prisão do pai da criança e, caso ele seja denunciado e condenado, pode receber pena mínima de prisão pelo crime que varia de 2 a 8 anos. Já a namorada e a filha dela, se responsabilizadas apenas pela omissão, podem receber pena de 1 a 4 anos de detenção. A polícia arbitrou fiança de R$ 5 mil para cada uma delas, mas não há informações sobre os pagamentos.

G1 não conseguiu contato com as defesas dos indiciados até esta publicação.

Fonte: G1

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