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Em depoimento emocionado, Carlos Roberto, pai de Gabriela Ximenes, a menina de 10 anos que morreu na manhã desta quinta-feira (6) após ser espancada por 3 adolescentes na saída da escola em Campo Grande (MS), disse que a filha começou a ser agredida dentro do local: “Uma delas disse para minha filha ‘Vou te deixar na cadeira de rodas'”, relata.
A menina contou para o pai que a briga começou após uma das colegas xingar sua mãe de “prostituta”. A menina morreu 7 dias após as agressões. A Polícia Civil apura o caso, registrado como morte a esclarecer. Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (SED) disse que está acompanhando as investigações e também vai apurar o caso.
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O pai da criança contou à polícia que a filha foi agredida logo após sair da aula, por volta das 17h (de MS), do dia 29 de novembro, a cerca de 100 metros da Escola Estadual Lino Villachá, onde estudava no 4º ano do ensino fundamental. Gabriela chegou a citar o nome de uma das agressoras para o pai.
De acordo com Carlos, naquele dia, ele foi ao encontro da filha, e encontrou-a no chão. Ele conta que a filha disse que as meninas usaram uma mochila com um objeto pontudo para atingi-la: “Minha filha estava deitada no chão, chorando de dor, abaixo de chuva e falou para mim o que aconteceu, mas ela não sabia o que tinha dentro da mochila”, conta.
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Segundo o delegado José Roberto de Oliveira Júnior, as primeiras informações dão conta de que uma colega de sala da vítima, que também teria 10 anos, e duas adolescentes de 14 anos seriam as responsáveis pela agressão. Diligências estão sendo feitas para identificar as agressoras e as causas.
Menina foi liberada após atendimento médico
O pai da garota conta que o socorro demorou em torno de 1 hora e meia. Ele acredita que houve negligência médica.
“Ela tomou aquela chuva deitada no chão. Foi levada para Santa Casa no dia 29 e ficou até o dia 30 . Depois eles disseram que ela não tinha mais nada, e a liberaram. Não passaram nenhum remédio para minha filha”, relembra.
Após a agressão, a menina foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Santa Casa e, conforme o boletim de ocorrência, ficou em observação por um dia com dores na coluna e no quadril. Segundo a assessoria da Santa Casa, a menina reclamava de dores de cabeça e passou por exames, que não apontaram alteração, e por isso ela foi liberada após ter sido medicada.
De acordo com Carlos, nessa última terça-feira (4), a filha voltou da escola e disse que estava sentindo muita dor na perna e que não estava conseguindo andar. Ele conta que a levou para a UPA do bairro Coronel Antonino, e depois de ter feito um raio-x, a médica disse que a menina “não tinha nada”, mas encaminhou-a para o Centro de Especialidades Médicas da capital: “Lá, um ortopedista disse que aparecia um ‘risco preto’ no raio-x, e que aquilo não estava certo, então fomos para a Santa Casa”, conta o pai.
“Quando chegamos no hospital, o estado dela já era grave, e já foi internada às pressas. A menina gritava e chorava de dor. Eles [médicos] disseram que deveriam fazer uma cirurgia para tirar uma secreção da perna dela, que atingiu os pulmões. Ela teve 7 paradas, e ela não aguentou”, lamenta .
Ainda não há informações sobre o velório e enterro de Gabriela. Até a publicação desta reportagem, o G1 não conseguiu contato com a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ), que conduzirá o caso, para consultar se os pais das meninas suspeitas da agressão foram localizados.
Fonte: G1