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Uma menina, de 2 anos chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Coronel Antonino, na noite desta quinta-feira (26), em Campo Grande. A polícia investiga a suspeita de espancamento por parte do padrasto da menina e possível estupro. De acordo com o delegado do caso, Pedro Cunha, a criança tinha muitos hematomas pelo corpo.
Mãe e padrasto foram presos em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e devem passar por audiência de custódia. Eles foram levados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.
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Segundo a avó da menina, uma professora, de 48 anos, a criança estava passando mal e vomitando, desde o início da manhã. A criança estava sendo cuidada pela mãe, uma vendedora, de 24 anos, e chegou a ter uma melhora no início da tarde, mas piorou por volta das 17h.
Ainda segundo a avó, a neta tinha hematoma nas costas, na boca, teve sangramento pelo nariz e apresentava abdômen inchado, indicando uma possível hemorragia interna.
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De acordo com a Polícia Civil, a mãe levou a menina à unidade de saúde, onde ela já chegou morta. Os médicos constataram que o óbito havia ocorrido cerca de quatro horas antes. No corpo da vítima havia vários hematomas e indícios de violência sexual.
A mãe da criança, Stephanie de Jesus Dada Silva, 24 anos, e o padrasto, Christian Campocano Leitheim, 25 anos, foram presos em flagrante por suspeita de homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável, de acordo com a Polícia Civil.
O delegado Pedro Cunha, responsável pela ocorrência, informou que estão apurando as circunstâncias da morte, ouvindo testemunhas e a equipe médica.
O caso deve ser investigado pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Histórico
Ainda de acordo com o delegado do caso, a menina tinha uma longa ficha médica na Unidade de Saúde. Além de dois boletins de ocorrência por maus-tratos, registrados contra o padrasto da criança.
Pai da menina já havia pedido a guarda da criança
Jean Carlos Ocampo, pai de Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, já tinha pedido a guarda da menina antes do crime. De acordo com a Polícia Civil, o pai da criança realizou duas denúncias de maus-tratos em 2022 e ambos os inquéritos policiais foram concluídos e encaminhados ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
“O pai da criança já tinha registrado boletim de ocorrência aqui na DEPCA, dois boletins de ocorrência de maus-tratos. Em novembro e em março do ano passado, ambos já haviam sido concluídos, e encaminhados ao Poder Judiciário”, afirma a delegada Anne Karine Trevisan.
Igor de Andrade, companheiro do pai da vítima, relatou que eles tentaram conseguir a guarda da criança, mas um dos impedimentos seria a homofobia por parte da mãe da criança.
“Ela dizia que não deixaria a filha com dois homens”, contou.
O parceiro ainda relatou que as visitas à menina só foram possíveis após o pai da criança entrar na Justiça e, assim mesmo, só via a filha do jeito que a mãe determinava.
“Passamos por vários lugares para entrar com pedido de guarda da neném. A única coisa que a gente pedia era pra tirar a menina de lá. A mulher (mãe) chegou a ser presa no ano passado por maus-tratos a animais. Com isso fomos atrás novamente para mostrar a situação insalubre que a neném vivia e aí, vinha a mesma resposta ‘tem que aguardar’”, disse.
A reportagem procurou o MPMS para saber o andamento do processo, porém até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Fonte: G1