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Um júri nos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira (23) que os organizadores de uma marcha da extrema direita em Charlottesville há quatro anos, que deixou um morto e pelo menos 19 feridos, devem pagar mais de US$ 25 milhões em indenizações.
Assim, encerrou-se a ação cível movida por moradores dessa cidade do estado da Virgínia, que foram afetados pela manifestação de agosto de 2017 “Unite the Right” (Unir a Direita).
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O protesto foi contra os planos municipais de remover uma estátua do general Robert E. Lee, que comandou as forças militares pró-escravidão do sul durante a Guerra Civil Americana entre 1861 e 1865.
A manifestação começou com uma marcha na noite de 11 de agosto, na qual neonazistas e supremacistas brancos carregaram tochas. No dia seguinte, em meio a confrontos com contra-manifestantes, um simpatizante neonazista, James Fields, dirigiu seu carro contra uma multidão, matando Heather Heyer, uma mulher de 32 anos.
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O júri que examinou o caso civil não concordou com as duas acusações de conspiração federal, mas considerou os réus responsáveis por conspiração civil e outras reivindicações de acordo com a lei estadual da Virgínia.
Doze pessoas e cinco grupos neonazistas e nacionalistas brancos, incluindo o Movimento Nacional Socialista e o Vanguard America, foram condenados a pagar mais de US$ 25 milhões em danos e indenizações.
Roberta Kaplan, a advogada dos demandantes, disse que o veredicto é “uma mensagem de que este país não tolera violência baseada no ódio racial e religioso sob qualquer formato”.
“E que ninguém jamais voltará a levar violência às ruas de Charlottesville, Virgínia, porque agora eles sabem o que acontecerá se o fizerem”, completou.
Em uma declaração conjunta, os nove demandantes disseram esperar que esta decisão “encoraje outros a se sentirem mais seguros para falar no futuro em defesa da dignidade humana e contra a supremacia branca”.
Depois da violência de agosto de 2017 em Charlottesville, o então presidente Donald Trump disse que havia “gente muito boa de ambos os lados”, o que lhe rendeu acusações de complacência com a extrema direita.
Fields foi condenado à prisão perpétua.
O processo civil, iniciado em 2017 pelas vítimas, progrediu lentamente, em particular devido à falta de cooperação dos acusados. Durante o julgamento, a maioria deles não negou suas crenças, inclusive as racistas, mas negou ter planejado a violência.
Os organizadores da manifestação argumentaram que estavam simplesmente exercendo seus direitos à liberdade de expressão garantidos na Primeira Emenda da Constituição.
Nas décadas de 1980 e 1990, ações civis movidas por ativistas antirracistas colocaram várias organizações extremistas de joelhos, forçadas a ceder suas propriedades para pagar indenizações estabelecidas pelos tribunais.
Fonte: Yahoo!