30 de outubro, 2025

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Melissa supera Katrina e se torna um dos piores furacões da história

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O furacão Melissa, classificado como categoria 5, superou a intensidade dos ventos do furacão Katrina — que destruiu Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005 — e entrou para a história como uma das tempestades mais poderosas já registradas na bacia do Atlântico, de acordo com análises publicadas por The Guardian e Clima Info.

Com ventos que chegaram a 298 km/h, Melissa atingiu a Jamaica entre segunda (27) e terça-feira (28) com força recorde, provocando inundações catastróficas, deslizamentos de terra e apagões que deixaram mais de 500 mil pessoas sem eletricidade. A tormenta, segundo o jornal britânico, é a mais intensa a atingir a ilha desde o início dos registros, em 1851, e forçou a evacuação de centenas de milhares de pessoas em todo o Caribe.

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O ministro de governo local da Jamaica, Desmond McKenzie, afirmou que a paróquia de St Elizabeth está “submersa” e que famílias ficaram presas em suas casas na comunidade de Black River, no sudoeste do país. “Nossa infraestrutura foi severamente comprometida. St Elizabeth é o celeiro da Jamaica e sofreu um golpe duro. Todo o país sentiu o impacto de Melissa”, declarou o ministro em coletiva de imprensa, segundo o The Guardian.

De acordo com a Defesa Civil jamaicana, cerca de 15 mil pessoas foram deslocadas para abrigos. O primeiro-ministro Andrew Holness declarou oficialmente o país como “zona de desastre”, diante da destruição de rodovias, colapso de pontes e desabamento de edificações.

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O furacão Melissa sobre o Mar do Caribe, em 28 de outubro de 2025. (Foto: NOAA)

Tragédia

Segundo o NBC News, sete mortes foram registradas até a noite de terça-feira (28) — três na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana. A previsão é de que algumas regiões jamaicanas recebam mais de 700 milímetros de chuva, com riscos de alagamentos e deslizamentos prolongados devido ao movimento lento da tempestade, semelhante ao do furacão Harvey, que devastou o Texas em 2017.

As autoridades de saúde alertaram para o deslocamento de crocodilos de seus habitats naturais em decorrência das enchentes. O furacão agora se move em direção a Cuba e às Bahamas, onde já há evacuações preventivas em pelo menos cinco distritos.

Em pronunciamento televisionado, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, classificou o fenômeno como “um dos mais severos — talvez o mais forte — da história recente da ilha”. Mais de 500 mil pessoas foram evacuadas do trajeto previsto da tempestade.

Especialistas da Organização Meteorológica Mundial descreveram Melissa como “a tempestade do século”, citando os efeitos devastadores sobre comunidades agrícolas, ecossistemas costeiros e infraestrutura urbana. O meteorologista americano Matthew Cappucci, que sobrevoou o olho do furacão, afirmou ao Washington Post que a experiência foi “cientificamente impressionante e humanamente aterradora”.

A força de Melissa reforça alertas da ONU e de cientistas sobre o agravamento dos eventos extremos provocados pelo aquecimento global. O aumento da temperatura dos oceanos tem intensificado os ciclones tropicais, tornando-os mais destrutivos e imprevisíveis — uma tendência que coloca o Caribe e a América Central entre as regiões mais vulneráveis do planeta.

A poucos dias da COP30, que será sediada em Belém (PA) em novembro, o desastre causado por Melissa evidencia a urgência das negociações internacionais sobre adaptação e perdas e danos.

O episódio reforça a pressão sobre países desenvolvidos para financiar mecanismos de proteção climática em nações do Sul Global — justamente aquelas que menos contribuíram para a crise, mas que hoje enfrentam os impactos mais severos.

Fonte: Um Só Planeta

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