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Um ano e cinco dias. Esse foi o tempo necessário para a atleta Ane Marcelle sentir na pele – e no bolso – a falta de investimento no tiro com arco. Se na Olímpiada do Rio de Janeiro, no dia 11 de agosto de 2016, a carioca fez história a ser a primeira atleta brasileira – no masculino ou feminino – a alcançar as oitavas de final em Jogos Olímpicos na modalidade, nesta terça, dia 16 de agosto de 2017, a jovem de 23 anos mudou-se para Manaus por conta de melhor estrutura. O motivo? Segundo ela, falta de investimento e abandono de legado.
Ane, inclusive, ressaltou que, após a Olimpíada, os atletas foram impedidos de entrar no Centro de Treinamento, o técnico da equipe foi dispensado e as atletas não recebiam mais para treinar
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“Quando os Jogos Olímpicos acabaram, tudo acabou, é como se o sonho acabasse ali, ninguém quis investir na gente, e eu precisei buscar um lugar onde eu pudesse crescer, daí escolhi vir pra cá e estou muito confiante em fazer parte desta equipe – vibrou Ane, com a possibilidade de ir às Olimpíadas de Tokio em 2020”.
Na capital amazonense, Ane contará com o apoio do Governo do Amazonas, que irá proporcionar à atleta toda a estrutura de treinamento físico e técnico, através do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA), além de promover acompanhamento médico necessário, a partir de uma equipe multidisciplinar. A atleta ainda vai morar no hotel da Vila Olímpica, Zona Centro-Oeste de Manaus, e fará suas refeições no restaurante do complexo.
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Segundo o treinador da equipe amazonense, professor Aníbal Fortes, o suporte será extremamente importante para a evolução da nona colocada nos Jogos do Rio. O comandante, porém, avisa que Ane não vem com 100% de suas condições físicas.
– A Ane é uma atleta muito importante, é uma das nove atletas melhores do mundo e precisa desse apoio do Governo. Ela tem uma lesão no ombro que já a acompanha há muitos anos, e vamos começar a tratar esse problema para que isso não venha atrapalhar o seu rendimento. Estamos muito felizes com a chegada dela, e o Amazonas já é uma referência hoje em dia e nosso trabalho é sempre focado para melhorar o nível técnico – acrescentou.
Ane Marcelle e o recorde olímpico
Nenhum brasileiro chegou tão longe no torneio olímpico de tiro com arco quanto Ane Marcelle dos Santos. Ao se garantir nas oitavas de final e figurar entre as 16 melhores do mundo na prova individual, e nona entre as mulheres, a carioca já tinha superado a marca de Renato Emílio, que terminou os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, na 24ª posição.
O primeiro suspiro, no entanto, surgiu na infância. A jovem assistia filmes e se interessou pelo esporte. Aos 15 anos, foi convidada pela escola que estudava, em Maricá, no Rio de Janeiro, para começar a praticar a modalidade. Aos 16 anos, ela foi convocada para a seleção brasileira e, assim, saiu de sua cidade natal, no interior do Rio, para ir morar em São Paulo.
Fonte: G1