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Ao menos 28 emigrantes morreram nesta terça-feira no Mediterrâneo, informou a Marinha italiana, que coordenou 33 operações de resgate para socorrer 4.655 pessoas que seguiam em direção à Europa.
Na maior tragédia do dia, a Guarda Costeira encontrou 22 emigrantes mortos no porão de uma embarcação diante da costa líbia. A maioria dos óbitos ocorreu por asfixia – constatou um fotógrafo da AFP que conseguiu subir no barco.
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“Era um barco de madeira e havia cerca de mil pessoas em três níveis. Eu subi e consegui contabilizar 22 mortos, mas havia mais no porão”, relatou por telefone o fotógrafo da AFP Aris Messinis, que embarcou no “Astral”, o barco da ONG espanhola ProActiva Open Arms.
Às 22h locais (17h, horário de Brasília), os socorristas do Astral deram lugar a membros da Marinha Italiana para retirar os sobreviventes e recuperar os corpos, contou o repórter.
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A Guarda Costeira italiana informou, sem dar mais detalhes, que no total 28 corpos foram resgatados nesta terça-feira, entre 4.655 emigrantes socorridos com vida em 33 operações.
Na segunda-feira (3), mais de 6.000 pessoas foram resgatadas em uma operação da Guarda Costeira, com apoio de navios militares e de embarcações de organizações humanitárias – entre elas Médicos Sem Fronteiras (MSF), SOS Mediterrâneo, Save the Children e ProActiva Open Arms.
A maioria dos navios havia retornado à Itália para levar os emigrantes resgatados. Com isso, o barco da ONG ProActiva Open Arms teve de se encarregar sozinho da emergência.
O Astral começou seus trabalhos de resgate nesta terça-feira (4) ao amanhecer e continuou trabalhando até o cair da noite, ajudando vários botes infláveis e o já sobrecarregado barco pesqueiro.
“Havia pânico a bordo, pessoas que saltavam na água”, descreveu o fotógrafo.
No início, a ONG foi assistida apenas por um avião militar espanhol, que lançou coletes salva-vidas. Depois do meio-dia, um navio militar italiano participou do resgate.
Na segunda-feira, 6.055 emigrantes que tentavam entrar na Europa cruzando o Mediterrâneo foram salvos pela operação coordenada pela Marinha italiana, coincidindo com o terceiro aniversário do espantoso naufrágio de Lampedusa.
No total, nove pessoas morreram na segunda-feira durante a perigosa travessia, que compreende um somatório de riscos mortais além do afogamento no mar: asfixia por emanação de combustível nos porões dos barcos, queimaduras, hipotermia e desidratação aguda, entre outros.
Em 3 de outubro de 2013, uma barcaça que partiu do norte da África em direção ao litoral europeu afundou com ao menos 518 migrantes procedentes de Somália e Eritreia, deixando 366 mortos, 155 sobreviventes e um número não determinado de desaparecidos.
Fonte: Yahoo!