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O médico Daniel França, marido da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), se pronunciou sobre as suspeitas de que ele teria agredido a esposa. Em coletiva de imprensa neste domingo (25), ao lado da mulher, ele afirmou que está colaborando com as investigações da Polícia Legislativa.
“Eu nunca agredi ninguém, nunca dei um tapa em ninguém, nem um murro em ninguém. Não tenho nenhum motivo para fazer isso, eu jamais faria isso”, afirmou França.
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O casal se pronunciou em conjunto, nesta tarde, após repercussão do incidente, denunciado na quinta-feira (22), por Joice. A deputada disse que acordou com marcas de sangue no chão do apartamento funcional onde mora, na capital, mas não lembra de como ocorreu. Já o esposo, afirma que estava dormindo em um quarto separado e não viu nem escutou nada.
A parlamentar afirma que apresentou o nome de dois suspeitos aos investigadores. Segundo ela, quem acusar o marido de ser o responsável será processado. Ela comparou as suspeitas às agressões. “Isso [acusações] é um crime de violência contra a mulher”.
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“Não vou admitir mancharem a honra do meu marido e a minha honra também, porque isso é colocar o meu caráter e minha história em suspeita”, disse Joice.
Quartos separados
O caso ocorreu no apartamento funcional onde o casal mora, em Brasília, na madrugada de domingo (18), segundo Joice. A parlamentar conta que acordou e se deparou com “sangue no chão” – em um corredor de acesso ao quarto e no banheiro. Além disso, identificou dois dentes quebrados e um corte no queixo, mas não se lembrava de como aconteceu.
Um hospital de Brasília constatou que Joice teve cinco fraturas no rosto e na costela.
A parlamentar contou que ligou para o marido, médico, que estava no apartamento e dormia em outro quarto, e ele a socorreu.
França afirmou que o casal dorme separado frequentemente. “Eu ronco muito, por essa razão eu durmo em outro quarto”, disse.
Para França, há duas hipóteses: “Como não há absolutamente nenhum sinal de luta corporal, eu imagino [que] ou ela caiu já sem consciência contra algum obstáculo ou ela teve sua consciência retirada [por meio de alguma substância] e daí foi agredida”.
Questionados sobre a demora para registrar uma ocorrência sobre o caso, o que só ocorreu na quinta, o casal afirmou que imaginaram se tratar de um acidente doméstico e ela recebeu os primeiros socorros em casa, pelo próprio marido. “Até quarta de manhã, eu tinha achado que tinha tomado um tombo […] mas foram aparecendo hematomas em lugares que não tinha aparecido”, disse.
A parlamentar explica que a suspeita de agressão se deu após exames, realizados na terça-feira (20), com resultados no dia seguinte. “Nós nos assustamos pelo volume de fraturas. Ele [médico] falou: pode ter sido uma queda, mas você teria que ter batido em mais de um lugar, ou pode ser uma agressão. A partir daí, sim, procuramos as autoridades”, conta a deputada.
Investigação
Por ter ocorrido em um apartamento funcional, a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados apura o caso. Joice afirma que solicitou o compartilhamento da investigação com a Polícia Civil de São Paulo, que apura ocorrências de ameaças de morte contra ela.
Em nota, o departamento afirma que “está ouvindo pessoas e analisando imagens do circuito fechado de TV do prédio em que a deputada reside”. Segundo o texto, as apurações têm caráter sigiloso e foram iniciadas imediatamente após a comunicação do fato.
Joice conta que apresentou o nome de dois suspeitos para a polícia – um deles, parlamentar – e desconfia que, há três meses, sua casa pode ter sido invadida. Na ocasião, em que ficou ausente por 10 dias do imóvel, encontraram uma carteira de cigarro dentro da casa, que não tem fumantes, segundo a deputada.
A parlamentar ainda não fez exame de corpo delito. Segundo ela, o procedimento está previsto para esta segunda-feira (26), a ser realizado pela Polícia Civil.
Fonte: G1 – Foto: TV Globo/Reprodução