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A judoca Maria Portela está fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Representante do Brasil na categoria 70kg feminina, a gaúcha foi eliminada nesta quarta ao sofrer uma derrota polêmica para Madina Taimazova, do Comitê Olímpico Russo, nas oitavas de final. O revés ocorreu no golden score na luta mais longa da Olimpíada de Tóquio até aqui. Portela foi desclassificada ao receber o terceiro shido, a punição mais leve do judô, quando o combate se arrastava por quase 15 minutos. Instantes antes, a brasileira teve um wazari não computado pelo juiz, o mexicano Everaldo Garcia. O golpe teria definido a luta a seu favor.
– O árbitro, se a gente não define, ele tem que definir. E quem tiver um pouco mais de iniciativa, vai levar. Não foi culpa dele. Eu tinha que ter sido mais agressiva, imposto mais o ritmo, por mais que não fosse efetiva, que foi o que ela fez e acabou levando. Agora quero ajudar a equipe para chegar no pódio. Sei que meu ponto é muito importante e o foco é esse, contribuir para que possamos evoluir na competição porque somos um time muito forte – disse Maria Portela.
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Para os comentaristas de arbitragem do Esporte da Globo, a brasileira foi prejudicada por conta do wazari não computado e da punição no golden score.
– A brasileira foi claramente prejudicada nessa luta. Tanto nesse golpe não pontuado quanto na decisão do golden score. Nessa última punição que ela tomou – disse o comentarista de judô do SporTV, o medalhista olímpico Tiago Camilo.
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Não darem o wazari pra Portela.. pra que serve o VAR? Francamente. Lamentável.
— Flavio Canto (@flaviocanto) July 28, 2021
Confronto longo e tenso
Mais alta que Portela, Madina Taimazova começou a luta buscando a gola da brasileira. Estabilizada, a gaúcha resistiu bravamente e tentou uma entrada a 2min34s do fim. Um minuto depois, as duas foram para o solo até a interrupção da arbitragem. A 1min22s do término, Portela conseguiu o seu primeiro bom ataque, com direito a queda da rival. Pouco depois, ela tentou o estrangulamento, mas a luta acabou indo para o golden score já que o placar seguiu zerado.
O panorama da luta seguiu a mesmo no golden score com as suas lutadoras sem pontuar. Até que Portela conseguiu uma queda, e os árbitros de vídeo analisaram um possível wazari, que não foi confirmado pelo juiz Everaldo Garcia, gerando muita reclamação do lado brasileiro.
De volta à luta, as duas judocas continuaram encontrando dificuldades para atacar e o tempo foi passando. Até que Portela recebeu o seu terceiro shido na luta e acabou eliminada. Ela deixou o tatame aos prantos, inconformada com o resultado.
– As duas estavam cansadas ali e seria um detalhe. Como a luta estava muito longa, ela teve um pouco mais de iniciativa no final e eu acabei tomando a punição. Eu estava percebendo que ela estava um pouco mais desgastada, mas estava colocando golpe na minha frente, mesmo sem efetividade. Quase joguei ela duas vezes, mas isso não foi suficiente. Em Olimpíada não tem adversária fraca. Fizemos a final em Tbilisi e eu acabei levando por três punições – comentou Portela.
Vitória fácil na estreia
Na primeira rodada, Maria Portela obteve uma vitória fácil diante da afegã Nigara Shaheen, da equipe de refugiados. Logo em sua primeira entrada, a brasileira derrubou a adversária, conseguindo o ippon com 28 segundos corridos. Mais cedo, o brasileiro Rafael Macedo foi eliminado na primeira rodada da categoria 90kg masculina. Ele perdeu para o cazaque Islam Bozbayev ao sofrer um ippon com 30 segundos de luta.
Fonte: G1