Mais de um milhão de salmões morreram em fazendas na Escócia, suscitando preocupações sobre o bem-estar animal

Mais de um milhão de salmões morreram em fazendas da Mowi Scotland, o maior fornecedor da espécie do Reino Unido. O caso caracteriza a maior mortandade em massa de salmão de cativeiro em uma década na Escócia.

As mortes se deram em dois locais adjacentes da empresa nas ilhas Hébridas Exteriores, e ocorrem durante o ciclo de produção do peixe, iniciado na primavera de 2023 no Hemisfério Norte. “Esta é a primeira vez desde 2014 que mais de um milhão de mortes de salmão de cativeiro foram relatadas em um único local de criação em um ciclo de produção”, disse John Aitchison, porta-voz da Coastal Communities Network (CCN), ao The Guardian. “Esperamos ver mais mortes de salmão na Escócia porque as fazendas estão se tornando ainda maiores.”

A Mowi Scotland, que fornece para varejistas como Sainsbury’s, Tesco, Asda e Ocado, confirmou a morte total de 1,05 milhão de peixes. Ben Hadfield, diretor de operações da empresa, rejeitou quaisquer sugestões de que a mortalidade em massa seja um sinal de bem-estar animal precário e disse que foi devido a um aumento sem precedentes nas temperaturas do mar, o que resultou em florações de águas-vivas – as picadas de águas-vivas nos olhos, pele e guelras dos salmões representam risco de problemas de saúde e morte.

“[Qualquer] sugestão de que isso seja causado por má criação, fixação com lucros [ou] superpovoamento é… muito falsa e enganosa”, afirmou o executivo.

Selo de bem-estar animal

Grande parte do salmão vendido em supermercados do Reino Unido, incluindo os da Mowi, contam com o selo RSPCA Assured, que garante padrões mais elevados de bem-estar animal. Mas, no mês passado, a entidade suspendeu três locais de criação da espécie na Escócia, após a divulgação de imagens feitas pelo Animal Rising, grupo de direitos dos animais, que mostravam supostas violações. São eles: a fazenda Fiunary, de propriedade da Scottish Sea Farms, a Loch Alsh, da Mowi, e a Ardcastle, da Bakkafrost.

Após a decisão, a Scottish Sea Farms e a Bakkafrost relataram que haviam tomado medidas corretivas imediatas. A Mowi, por sua vez, informou que estava realizando sua própria investigação interna.

No caso das mortes dos 1,05 milhões de salmões nas unidades desta última empresa nas Hébridas Exteriores, o selo RSPCA Assured não foi removido porque, de acordo com um porta-voz da certificadora, surtos de doenças relacionadas a águas-vivas e “outros problemas transmitidos pela água” estavam além do controle do fornecedor.

Fonte: Um Só Planeta