18 de novembro, 2024

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Mais de dois milhões de muçulmanos iniciam peregrinação a Meca

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Mais de dois milhões de muçulmanos iniciam, nesta sexta-feira (9), a peregrinação anual a Meca, no oeste da Arábia Saudita, e as autoridades pedem que este grande encontro religioso não seja politizado em função do atual contexto de tensões no Golfo.

Peregrinos vindos do mundo inteiro percorreram andando ou de ônibus a dezena de quilômetros que separam a primeira cidade santa do Islã do vale rochoso de Mina e das imediações do monte Arafat, onde passarão a noite.

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Centenas de pessoas espargiram com água os fiéis que caminhavam com uma temperatura de mais de 40ºC. No caminho havia clínicas móveis e ambulâncias, e helicópteros da organização Crescente Vermelho saudita sobrevoavam o local.

No total, 2,26 milhões de peregrinos chegaram a Mina e aos arredores do monte Arafat, entre eles 1,86 milhão de estrangeiros, anunciaram nesta sexta-feira à noite as autoridades.

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Gerenciar o fluxo ininterrupto de peregrinos e garantir sua segurança durante o chamado Hajj, uma das maiores concentrações humanas religiosas do mundo, implica um enorme desafio logístico para o reino árabe.

Para evitar tragédias durante a peregrinação, que já sofreu pisoteamentos dramáticos no passado – como em 2015, quando 2.300 pessoas morreram -, foram mobilizadas milhares de membros das forças de segurança sauditas.

“Todas as instituições do Estado estão mobilizadas, e estamos orgulhosos de receber os ‘hóspedes de Deus'”, declarou o porta-voz das forças de segurança, Basam Atia.

“O mundo inteiro está aqui”

Os fiéis convergiram a Meca para encerrar o hajj, um dos cinco pilares do Islã, que todo muçulmano deve cumprir pelo menos uma vez na vida se tiver os meios para isso.

Este conjunto de ritos codificados se desenvolvam na Meca e arredores.

Os que o finalizam recebem o título honorífico de hajj, que confere respeito e certo prestígio social.

“O mundo inteiro está aqui”, comemorou Mohammed Barry, um britânico de 45 anos. “Estar em Meca é a melhor sensação”, disse com largo sorriso e um tapete de oração sobre o ombro.

Meca, cidade situada em um vale desértico, cujo acesso é proibido aos não muçulmanos, aloja a Kaaba, uma estrutura cúbica coberta por um tecido negro com bordados dourados no coração da Grande Mesquita, entre arranha-céus que abrigam galerias comerciais e hotéis de luxo.

Os muçulmanos giram em direção da Kaaba durante as cinco orações diárias. Os peregrinos devem dar sete voltas a esta estrutura.

Mais cedo nesta sexta, os peregrinos participam da oração semanal na Grande Mesquita.

À noite, alguns fiéis vão dormir em Mina, que na época do hajj se transforma em um imenso acampamento de tendas brancas nas quais os peregrinos se alojam.

Este ano, “instalaram-se 350 mil barracas climatizadas”, segundo um encarregado saudita.

O Hajj, ou peregrinação a Meca, é um dos cinco pilares do Islã, que todo o muçulmano é obrigado a cumprir pelo menos uma vez (Fotos: Reprodução)

“Politizar”

Outros peregrinos vão dormir perto do monte Arafat. No sábado, todos vão subir o monte, também chamado de Montanha da Misericórdia, para rezar, antes de voltar a Mina para o ritual da lapidação de Satã.

Isso supõe o início do Eid al-Adha, ou a Festa do sacrifício, celebrada no domingo. Os fiéis devem se dirigir de novo à Grande Mesquita para dar uma “volta de despedida” pela Kaaba.

O Hajj é comemorado este ano em um contexto de tensão no Golfo, depois da ocorrência de uma série de ataques contra petroleiros, da derrubada de um drone dos Estados Unidos e de apreensões de navios entre maio e junho.

A Arábia Saudita e seus aliados Estados Unidos culpam o Irã, o grande adversário de Riad, por ataques a navios. Teerã nega.

Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, este ano, cerca de 88.550 iranianos participarão do Hajj, apesar de Riad e Teerã não manterem relações diplomáticas.

Como acontece todos os anos, as autoridades sauditas pediram para que a peregrinação não seja politizada.

A Arábia Saudita e seu vizinho Catar romperam relações diplomáticas em 2017, e a crise causou restrições à entrada de fiéis catarianos no reino. Riad garante que o Hajj não será afetado por essa crise.

No entanto, “muito poucos catarianos chegaram a Meca para peregrinação”, reconhece o chefe do Ministério saudita para o Hajj, que acusou o “regime do Catar de politizar o ritual e colocar obstáculos para os peregrinos”.

Fonte: Yahoo!

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