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O Instituto de Pesquisas Cananeia (IPeC) recolheu 510 pinguins desde o início de julho em praias de Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. Destes, apenas seis estão vivos. De acordo com especialistas, a grande parte não aguenta a longa viagem da região da Patagônia até as águas brasileiras. Os animais que sobreviveram estão recebendo tratamento na sede do Instituto.
O encontro de pinguins encalhados começou a ser comum para os profissionais do IPeC no início do inverno. Em um dia, eles chegaram a recolher mais de 100 pinguins neste mês. Isso acontece pois, na estação mais fria do ano, os pinguins-de-magalhães (spheniscus magellanicus) que habitam as zonas costeiras da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas, migram até ao Brasil ou até o Peru, onde podem encontrar águas mais quentes e comida.
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Muitos desses animais são jovens e não resistem ao percurso. Dos 510 resgatados pelas equipes do IPeC no inverno deste ano, apenas seis estavam vivos. Eles foram encaminhados para a sede do Instituto em Cananeia para tratamento.
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“O processo começa logo quando ele chega, com hidratação. Normalmente, eles chegam aqui muito desidratados. Eles são aquecidos e, conforme vão reagindo, vamos inserindo papa e comidas pastosas até que começam a receber peixe como comida. Isso, conforme vão avançando na reabilitação”, explica o coordenador do Projeto de Monitoramento de Praias, Henrique Chupil.
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A previsão é que os pinguins que sobreviveram sejam soltos em novembro. “Queremos que eles reajam ao tratamento o mais rápido possível e voltem para a natureza. Precisamos fazer a soltura em grupos de, no mínimo, oito pinguins, para que eles não fiquem sozinhos”, disse.
O IPeC, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realiza o monitoramento das praias entre Cananéia e Iguape todas as manhãs, registrando os animais encontrados vivos ou mortos e levando-os para reabilitação ou para necropsia. O Instituto orienta que as pessoas que encontrarem um animal marinho encalhado vivo ou morto nas praias da região, entrem em contato por meio do telefone 0800 642 334.
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Projeto de Monitoramento de Praias
O monitoramento, a reabilitação e a necropsia de animais marinhos são algumas das atividades realizadas dentro do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O IPeC monitora o Trecho 7, compreendido entre Cananéia e Iguape.
Fonte: G1