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Em um estudo publicado na revista Antiquity no último dia 11 de abril, pesquisadores relatam a descoberta de 135 sítios religiosos pré-hispânicos na Bolívia que eles acreditam estar ligados a antigos cultos andinos.
Os locais foram descritos por um trio de arqueólogos, que inclui o pesquisador Pablo Cruz, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas, da Argentina; Richard Joffre, do Centro Nacional Francês de Pesquisas Científicas; e Jean Vacher, do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento, da França.
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Os cientistas estavam estudando colinas na região de Carangas, nas terras altas da Bolívia, que já foi lar de povos pré-hispânicos. Ao analisarem imagens captadas por satélites e examinarem vários locais no solo, eles fizeram suposições sobre sua natureza e uso.
Havia círculos concêntricos de paredes criadas no topo das colinas. Os locais eram todos datados do período de 1250 a 1600 d.C.. A equipe observou que o grande número de fragmentos de cerâmica encontrados em todos os sítios eram parte de pratos, jarros ou tigelas. Os objetos indicavam propósitos cerimoniais.
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Pesquisas anteriores mostraram que o povo da região realizava ritos que poderiam estar relacionados aos círculos. Os autores do novo estudo destacam em particular uma enorme estrutura circular de 140 metros de diâmetro, que costumava ser um local para adoração do Sol.
Chamado Waskiri , o luagr fica próximo ao rio Lauca e à fronteira boliviana-chilena. A região abrigava em seu centro um tipo de praça feita de duas paredes circulares, uma dentro da outra — sendo a segunda um pouco menor.
Os dois anéis conectados continham muitos fragmentos de cerâmica, atribuídos aos períodos Intermediário Superior e Final, e apresentavam traços de influência inca. “A localização de Waskiri em uma área desértica, separada de qualquer assentamento pré-hispânico ou setor agrícola, pode ter levado em consideração seu uso como centro cerimonial regional”, observam os autores da pesquisa.
De acordo com os pesquisadores, os locais possivelmente representavam uma adaptação do sistema de linha inca ceque, que fundamenta o layout de sua capital, Cuzco.
Segundo o site Ancient Origins, as quatro principais regiões incas eram limitadas por 41 ou 42 alinhamentos de longa distância fixados na terra onde ficavam santuários sagrados, conhecidos como huacas ou wak’as. Neles, os rituais eram feitos conforme o calendário agrícola.
“O desenho radial do local [em Carangas] e sua articulação com os principais marcos religiosos da região – todos considerados wak’as – espelham o sistema inca ceque, os caminhos que ordenavam a geografia sagrada em Cuzco, capital de seu império”, registraram os especialistas.
Fonte: Galileu