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A ONU divulgou o resultado de um estudo mundial sobre desperdício de alimentos. Os resultados são perturbadores.
Não é por falta de comida que tanta gente passa fome no mundo. A produção de alimentos seria suficiente para abastecer toda a humanidade. É o que afirma o relatório da ONU divulgado nesta quarta-feira (27).
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No mesmo planeta em que a fome atinge mais de 780 milhões de pessoas, 1 bilhão de refeições são desperdiçadas a cada dia. Isso dá uma média de 132 kg de comida jogados no lixo por pessoa a cada ano.
E este não é um problema apenas dos países ricos, com maior poder aquisitivo. A perda de alimentos acontece com mais intensidade nos países quentes, como o Brasil, onde há problemas na conservação dos alimentos por falta de refrigeração adequada.
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“São vários fatores que afetam e fazem a gente chegar nesse número gritante de desperdício por todo o mundo. É a distribuição desses alimentos, é o transporte até o consumidor final e o próprio hábito de consumo”, explica Fernanda Romero, gerente do programa da ONU para o Meio Ambiente.
Segundo o relatório, o custo da perda e do desperdício de alimentos é de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano. O equivalente a quase metade do PIB brasileiro. Do total de alimentos desperdiçados no mundo, 60% aconteceram dentro de casa, 28% nos restaurantes, bares e lanchonetes e 12% em supermercados, hortifrutis e feiras livres.
O Rio de Janeiro foi a única cidade do Brasil em que a ONU mediu o desperdício de alimentos por habitante. O resultado ficou em 94 kg por pessoa por cada ano – abaixo da média mundial, mas ainda assim um número preocupante.
O Jornal Nacional foi até o Morro da Babilônia, na Zona Sul do Rio, para mostrar um trabalho que foi criado para reduzir a quantidade de comida boa que vai parar no lixo. O projeto Favela Orgânica promove um novo olhar sobre os alimentos, transformando restos de comida, cascas e sementes em pratos saborosos e nutritivos.
“Esse suco é feito com folhas de manga, casca de abacaxi. Esse pãozinho de frigideira é feito de casca de manga verde, aqui é uma farofa de talos que também não vai no fogo. Quando a gente aproveita alimento, a gente é inteligente”, conta Regina Tchelly, fundadora do Favela Orgânica.
Regina vem ensinado há 13 anos receitas inovadoras em aulas presenciais ou pela internet. O principal público alvo são moradoras de comunidades que mudaram as rotinas dentro de casa e ainda replicam o conhecimento para outros grupos.
“Aproveitar as sementes, que me encantou, aproveitar os talos e as cascas que antes iam para o lixo e hoje aproveito tudo”, relata Monica Ferreira, professora de horta.
“Fiz aprender a economizar, a dar valor ao meu dinheiro e, principalmente, a não poluir o planeta”, comenta Ivonilda Silva, professora de horta.
Fonte: Jornal Nacional