07 de outubro, 2025

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Mais de 1.000 geleiras já desapareceram na Suíça em apenas uma década

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A emergência climática está apagando do mapa símbolos milenares da paisagem alpina. De acordo com comunicado oficial da Escola Politécnica Federal de Zurique (ETH Zurich), a Suíça perdeu mais de 1.000 geleiras desde 2015, em um processo de derretimento acelerado que ameaça a estabilidade das montanhas e o abastecimento de água em toda a região.

Em 2025, mesmo durante o Ano Internacional da Preservação das Geleiras, proclamado pela ONU, a situação piorou. O país perdeu quase 3% de seu volume de gelo apenas neste ano, o quarto maior encolhimento já registrado, ficando atrás apenas de 2003, 2022 e 2023. Desde 2015, o volume total de gelo já encolheu 25%.

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Inverno pobre em neve e verões extremos

O derretimento recorde está diretamente ligado às mudanças no regime climático, que se intensificam com a queima massiva de combustíveis fósseis como petróleo e gás. O inverno de 2024/2025 trouxe pouca neve e registrou o terceiro período mais quente desde o início das medições, com temperaturas muito acima da média entre outubro e março. Em algumas partes dos Grisões, região onde fica Davos, famosa pelo Fórum Econômico Mundial, caiu menos neve do que em qualquer outro ano já registrado.

Retração da geleira Gries, no Cantão de Valais, na Suíça, entre 1919 e 2025. (Foto: Swisstopo / VAW / ETH Zurich)

Com a chegada de junho, o segundo mais quente da história na Suíça, o pouco manto branco acumulado desapareceu rapidamente, expondo as geleiras a uma temporada de derretimento precoce. Em agosto, uma onda de calor elevou a chamada “linha de zero graus” (do ponto de congelamento) acima dos 5.000 metros de altitude, acelerando ainda mais o processo, explicam os pesquisadores em um comunicado. Quando a “linha” sobe muito quer dizer que até em altitudes bem altas ainda está quente o suficiente para derreter gelo.

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O resultado foi a redução de mais de dois metros de espessura em geleiras como a Claridenfirn (Cantão de Glarus), a Plaine Morte (Cantão de Berna) e a Silvretta (Cantão dos Grisões). No Cantão de Valais, o recuo foi um pouco menor, mas ainda assim preocupante – cerca de um metro em geleiras como a Allalin e a Findel.

Claridenfirn (GL) estava completamente sem neve em setembro de 2025. (Foto: Matthias Huss / VAW / ETH Zurich)

Risco para montanhas e comunidades

O impacto vai além da perda da paisagem alpina. A redução contínua das geleiras está tornando as montanhas mais instáveis. “Isso pode levar a eventos como o que ocorreu no vale de Lötschental, onde uma avalanche de rocha e gelo soterrou parte da vila de Blatten”, alerta Matthias Huss, diretor da rede de monitoramento GLAMOS.

Combinando falta de neve no inverno, ondas de calor intensas no verão e aumento contínuo da temperatura média global, esta década se consolidou como a de perda de gelo mais rápida já registrada na Suíça.

A tendência preocupa cientistas, pois sinaliza que mesmo esforços internacionais de preservação estão sendo superados pela velocidade da crise climática. Se o ritmo continuar, muitas outras geleiras que hoje ainda resistem poderão desaparecer em questão de anos – não de séculos.

Fonte: Um Só Planeta

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