24 de outubro, 2024

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Maior flor do mundo (e também a mais fedida), “flor-cadáver” sofre sério risco de extinção

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Um grupo internacional de cientistas lançou um apelo urgente por uma ação coordenada para salvar as plantas do gênero Rafflesia, que tem as maiores flores do mundo. A iniciativa segue um novo estudo publicado esta semana que descobriu que a maioria das 42 espécies do gênero está gravemente ameaçada de extinção.

Apenas um desses gêneros está listado na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Rafflesia magnifica. Mas mais de dois terços (67%) dos habitats das plantas estão desprotegidos e em risco de destruição, segundo a pesquisa, que foi publicada na revista científica Plants, People, Planet.

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A Rafflesia é um parasita que infecta vinhas tropicais nas selvas do Sudeste Asiático, em países como Indonésia, Malásia e Filipinas. Durante a maior parte do seu ciclo de vida, ela fica escondida da vista, existindo como um sistema de filamentos que invade seu hospedeiro. Após certo período, o parasita produz um botão semelhante a um repolho que rompe a casca da videira e eventualmente forma uma flor gigante de cinco lóbulos, com até um metro de diâmetro. Isso produz um cheiro desagradável de carne podre para atrair moscas polinizadoras, o que lhe valeu o nome alternativo de “flor-cadáver”.

Com um ciclo de vida tão incomum, as plantas Rafflesia permanecem pouco compreendidas, e acredita-se que novas espécies ainda estão para ser registradas. Para compreender melhor a vulnerabilidade destas plantas únicas, um grupo de cientistas estabeleceu a primeira rede global coordenada para avaliar as ameaças que a Rafflesia enfrenta.

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Os resultados do estudo revelaram que todas as 42 espécies de Rafflesia estão ameaçadas: com base nos critérios utilizados pela UICN, os cientistas classificaram 25 como “Criticamente Ameaçadas”, 15 como “Em Perigo” e duas como “Vulneráveis”. Por causa disso, os pesquisadores recomendam que todas as espécies de Rafflesia sejam imediatamente adicionadas à Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.

“Este novo estudo destaca como os esforços globais de conservação orientados para as plantas ficaram atrás dos esforços envolvendo os animais. Precisamos urgentemente de uma abordagem conjunta e inter-regional para salvar algumas das flores mais notáveis do mundo, muitas das quais estão agora à beira da extinção”, afirma o Dr. Chris Thorogood, vice-diretor do Jardim Botânico da Universidade de Oxford e um dos autores do estudo.

As Rafflesia têm distribuições geográficas bastante restritas, tornando-as particularmente vulneráveis à extinção pela destruição dos poucos habitats existentes. O estudo descobriu que muitas das populações restantes têm apenas alguns indivíduos restantes, localizados em áreas desprotegidas com risco crítico de conversão para a agricultura. Como as tentativas de propagação da Rafflesia em jardins botânicos tiveram sucesso limitado até agora, isto torna a conservação do habitat uma prioridade urgente, apontam os cientistas.

Rafflesia arnoldii, uma das espécies do gênero Rafflesia ameaçadas de extinção (Foto: LukeTriton/Um Só Planeta)

A equipe propõe um plano de ação de quatro pontos para governos, centros de pesquisa e organizações conservacionistas:

  • Maior proteção dos habitats da Rafflesia, visando as populações de maior risco. O Sudeste Asiático tem as florestas que desaparecem mais rapidamente do planeta, diz a Universidade de Oxford, e muitas das populações conhecidas de Rafflesia estão perigosamente próximas de assentamentos humanos em crescimento;
  • Melhor compreensão de toda a diversidade existente de Rafflesia, para informar a tomada de decisões. Não podemos proteger o que não sabemos que existe, por isso são necessárias expedições de amostragem e análises genéticas para compreender quantas espécies de Rafflesia realmente existem;
  • Desenvolver métodos para propagar as Rafflesia com sucesso fora de seu habitat nativo. Isso poderia incluir o enxerto de vinhas infectadas com Rafflesia em vinhas não infectadas, para proteger espécies cujo habitat será provavelmente destruído;
  • Introduzir novas iniciativas de ecoturismo para envolver as comunidades locais na conservação da Rafflesia. Conscientizar populações locais e formar guias de turismo e preservação que ajudem nesse esforço.

Fonte: Um Só Planeta

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