26 de novembro, 2024

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Máfia siciliana é julgada por fraude com fundos agrícolas da União Europeia

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Cerca de 100 membros ou associados da máfia siciliana estão sendo julgados até esta terça-feira (2) por participarem de uma fraude milionária para se apropriarem por anos dos subsídios agrícolas concedidos pela União Europeia.

Trata-se de um “macro julgamento”, com 97 pessoas no banco dos réus, realizado no tribunal de Messina, na Sicília, após uma das maiores operações antimáfia já realizadas na ilha.

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O caso envolve dois clãs da máfia rivais que operam ao redor da cidade de Tortorici, dentro do extenso Parque Nacional de Nebrodi, no nordeste da ilha, mas com ligações com a temida Cosa Nostra, explicaram os juízes.

A fraude consistia na localização sistemática de partes de terra na região, cujos proprietários não haviam solicitado subsídios da UE, criando títulos falsos para essas terras ou obrigando os proprietários a assinarem contratos de aluguel falsos para ‘laranjas’ da máfia.

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Desde 2013, os clãs obtiveram mais de 10 milhões de euros (12 milhões de dólares) em subsídios para terras rurais por meio da agência italiana AGEA, que coordena e concede os auxílios da UE.

“Foi um dano muito sério para a economia legal e negou recursos públicos substanciais a operadores honestos”, escreveu o juiz no mandado de prisão assinado em janeiro de 2020, durante o qual foram feitas prisões em massa e mais de 160 apreendidos.

A fraude foi realizada com a cumplicidade de ex-funcionários da AGEA, um tabelião e gerentes de centros privados de assistência à agricultura, que produziram a documentação necessária para os pedidos de subsídio.

Esses administradores, segundo os juízes, tiveram acesso aos bancos de dados para detectar os lotes que poderiam explorar e sabiam como acessar o sistema.

A abertura do julgamento foi assistida pelo ex-presidente do Parque Nebrodi, Giuseppe Antoci, um ativista antimáfia, que em 2015 introduziu um protocolo de arrendamento de terras para evitar fraudes por parte dos clãs.

Antoci sobreviveu a uma tentativa de assassinato da máfia.

O chamado protocolo Antoci é aplicado hoje em todo o país.

“Nós atingimos a máfia mais rica, poderosa e violenta com uma operação sem precedentes e é por isso que eles tentaram me matar”, disse Antoci nesta terça-feira.

“Estou aqui para olhá-los nos olhos, sem medo … e com a única força que tenho, a do Estado”, acrescentou.

Fonte: Yahoo!

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